Ameaçado

Pagamento do 13º soma R$ 3,3 bi no ABC, R$ 425 milhões só com metalúrgicos

Benefício criado em 1962 está na mira da campanha de Bolsonaro

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Pagamento do 13º em todo o país deve representar acréscimo de R$ 211 bilhões na economia, calcula o Dieese

 São Paulo – O pagamento do 13º salário na região do ABC paulista deve representar a entrada de R$ 3,3 bilhões, segundo estimativa da subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Apenas os 71.038 trabalhadores na base da entidade, formada por quatro dos sete municípios da região, deverão receber o equivalente a R$ 424,9 milhões. Esse valor corresponde a 1,6% de todo o 13º no Brasil, que o Dieese calcula em R$ 211,2 bilhões.O benefício está na mira da campanha do candidato Jair Bolsonaro (PSL). 

De acordo com a subseção, a base, com salário médio de R$ 5.980,70, representa 9,6% da mão de obra formal no ABC, mas responde por 13% dos recursos pagos a trabalhadores da ativa e beneficiários da Previdência – e a 17,8% do total de empregados com carteira assinada. Apenas na indústria de transformação, os metalúrgicos são 37,3% do total e são responsáveis por quase metade (48,1%) do pagamento do 13º no setor.

Os dados levam em conta informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho, além de estatísticas do Ministério da Previdência. Dos R$ 3,3 bilhões, R$ 2,4 bilhões vão para trabalhadores com carteira assinada e R$ 905,8 milhões, a aposentados e pensionistas. Esses recursos atingem 1,264 milhão de pessoas, 741,4 mil empregados formais e 522,6 mil beneficiários da Previdência.

Do total do 13º, 72,5% se originam do rendimento do trabalho, 26,8% vem da indústria de transformação e 27%, do setor de serviços. Apenas São Bernardo participa com 36,8%. Em seguida, vem Santo André, com 24,9%. Na sequência, São Caetano (14,6%), Diadema (11,7%), Mauá (8,9%), Ribeirão Pires (2,8%) e Rio Grande da Serra (0,4%).