Emprego e desenvolvimento

Metalúrgicos propõem mudanças em programa para o setor automobilístico

Documento com emendas ao programa Rota 2030 será apresentando por sindicalistas nesta quarta-feira (25), em CNM-CUT

TVT/Reprodução

Nova proposta para setor automobilístico é criticada pela falta de valorização da indústria nacional e por não criar empregos

São Paulo – A nova proposta para o regime automotivo, o Rota 2030, é inferior ao programa anterior Inovar Alto e não estimula a criação de empregos. As críticas à proposta assinada por Michel Temer, em vigência desde o começo de julho deste ano por meio de uma medida provisória (MP) 843/2018, foram feitas durante encontro realizado nesta terça-feira (24) na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), em São Bernardo do Campo, no ABCpaulista. Nesta quarta, ao final do debate sobre políticas para o setor, a categoria pretende protocolar documento em defesa de emendas ao programa.

De acordo com o secretário de formação da CNM-CUT, José Roberto Nogueira, o documento proporá mudanças para atender aos interesses da classe trabalhadora, que criticam a falta de participação no processo de elaboração do programa. Com as emendas, Nogueira espera que seja possível pressionar os parlamentares. “A gente não concorda com esse Rota 2030, nesse momento queremos um regime automotivo, mas não nesse modelo que chegou”, crítica o secretário.

O programa estabelece regras, diretrizes e incentivos ao setor automotivo pelos próximos 15 anos e é avaliado positivamente por incentivar o desenvolvimento em pesquisas e inovação. No entanto, segundo o presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID-Brasil), Rafael Marques, o Rota 2030, ao contrário do Inovar Alto, lançado em 2012 pelo governo de Dilma Rousseff, não valoriza a indústria nacional e não atende aos anseios imediatos do setor automobilístico.

“O programa sinaliza o desejo para que Brasil tenha uma participação efetiva em desenvolvimento e inovação que é importante, agora não dá conta dos problemas que na indústria brasileira tem se acumulado nos últimos 20 anos ou quase isso, que é perda de emprego, perda de postos de trabalho, perda de atividade, porque a indústria brasileira perde há muito tempo a participação no PIB industrial”, analisa o presidente do TID-Brasil, que foi um dos principais formuladores do Inovar Auto.

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