Retomada?

Pesquisa da indústria mostra maior preocupação com desemprego

Para entidade empresarial, resultados refletem 'ritmo lento de recuperação da economia'

Alan Santos/PR

Empossado por Temer para substituir Henrique Meirelles na Fazenda, Eduardo Guardia ameaça subir impostos

São Paulo – Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta terça-feira (29), aponta estagnação da expectativa do consumidor em relação à economia e aumento da preocupação com o desemprego e a inflação. Para o gerente-executivo de Política Econômica da entidade patronal, os resultados refletem “o ritmo lento de recuperação da economia”. Segundo ele, o comportamento mais cauteloso do consumidor, também influenciado pelo cenário eleitoral incerto, faz aumentar a dificuldade de recuperação mais intensa.

O chamado Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) estacionou em 102,2 pontos neste mês, igual a abril, mas 1,6% abaixo de maio do ano passado. “O índice permanece em um patamar baixo: 5,2% inferior à média histórica de 107,8 pontos”, diz a CNI.

Já o indicador que mede a expectativa sobre desemprego caiu 2,8% e o da inflação, 1,1%. “Isso significa que na comparação com abril diminuiu o número de pessoas que espera a queda do desemprego e dos preços nos próximos seis meses”, explica a confederação.

Indicadores sobre  renda pessoal, endividamento e situação financeira melhoraram. Mesmo assim, observa a CNI, “os brasileiros continuam pouco dispostos a fazer  compras de maior valor”.

A pesquisa, feita em parceria com o Ibope Inteligência, ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios, entre os dias 17 e 21.

Na semana passada, outro levantamento divulgado pela CNI mostrou que o nível de atividade o emprego na indústria da construção continuavam em queda. O nível de utilização da capacidade de operação foi de 60% – assim, 40% dos equipamentos e da mão de obra estavam parados, ressalta a entidade. Mesmo assim, os empresários se mostraram otimistas com o desempenho do setor nos próximos seis meses.

Também hoje, a entidade criticou fala do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, sobre possível aumento de impostos para “compensar” perdas decorrente do subsídio ao óleo diesel, parte de acordo feito com os caminhoneiros. “Ao invés de querer aumentar ainda mais a já pesada carga tributária que pesa sobre o setor produtivo e a sociedade brasileira em geral, o Governo deveria trabalhar para reduzir a burocracia e as despesas cada vez maiores do estado brasileiro”, afirmam os industriais.