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País precisa fortalecer política industrial para se contrapor à taxação do aço

Em resposta às declarações de Donald Trump, que anunciou sobretaxa nas importações de aço, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT reafirma a necessidade de defesa da indústria brasileira

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Produção: em 2017, país enviou 5 milhões de toneladas de aço, por um valor de US$ 2,54 bilhões, aos EUA

São Paulo – Após o anúncio do presidente Donald Trump na quinta-feira (1) de impor sobretaxa nas importações de aço e alumínio, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) reafirmou sua defesa de uma indústria nacional forte, que tenha diretrizes com participação da classe trabalhadora.

Afirmando a necessidade de proteger a indústria norte-americana, Trump divulgou que vai impor sobretaxas de 25% sobre importação de aço e de 10% sobre a importação de alumínio. O Brasil é um dos principais exportadores de aço para os EUA. Em 2017, enviou cerca de 5 milhões de toneladas, por um valor de US$ 2,54 bilhões. Por isso, será um dos países mais atingidos pela medida, que será anunciada de maneira formal na próxima semana.

Segundo o secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira, a siderurgia é uma indústria estratégica na soberania de um país. “É uma indústria que cresce mediante investimentos públicos de infraestrutura e, consequentemente, que desenvolve um país. As empresas que produzem no Brasil focaram nas exportações porque aqui não tivemos mercado de produção”, avaliou. “Ao invés de investir na indústria nacional, Temer cortou verbas, por exemplo, do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) que tinha obras em rodovias, ferrovias, energia elétrica e habitação. Este programa tem relação direta com a nossa produção de aço”, contou.

Oliveira também alertou para os reflexos negativos da medida do republicano norte-americano em relação aos empregos da indústria de transformação no país. “É bem provável que teremos redução de postos de trabalho no Brasil. Por isso, a Confederação defende uma política industrial de Estado, que discuta a produção local e não apenas de exportação”, afirmou.

Já para o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, é preciso fomentar a criação de empregos na indústria. “Temos que fazer o contraponto à política atual, defender a indústria brasileira forte com empregos e salários de qualidade, além de ampliar seu peso na economia brasileira. Um país desenvolvido tem indústria forte”, disse. “Precisamos pressionar este governo ilegítimo para garantir e ampliar o parque industrial brasileiro e uma política setorial consistente”, completou.

Centrais sindicais
Em nota divulgada nesta sexta-feira (2), as principais centrais sindicais do País – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB – e as confederações de metalúrgicos da CUT e da Força, preocupadas com o que a decisão do presidente norte-americano pode provocar no mercado de trabalho e na indústria brasileira, anunciaram que farão atos e manifestações em diversos locais contra a taxação do aço.

Com informações da CUT/CNM

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