Retomada?

Desemprego em São Paulo se mantém em nível elevado

Taxa teve leve elevação em outubro, quando costuma recuar, e é a mais alta para o mês desde 2003

Pedro Ventura/Agência Brasília

Grande São Paulo estava com quase 2 milhões de desempregados em outubro, 84 mil a mais do que em 2016

São Paulo – A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo foi para 17,9% em outubro, pouco acima do mês anterior (17,8%), em período em que normalmente o índice cai, conforme a série histórica da pesquisa da Fundação Seade (vinculada ao governo paulista) e do Dieese. Em 10 dos 12 últimos anos, houve recuo significativa de setembro para outubro. A taxa também é a maior para outubro desde 2003.

Os 17,9% correspondem a uma estimativa de 1,994 milhão de desempregados, 6 mil a mais ante setembro e 84 mil a mais em 12 meses. Na comparação com outubro do ano passado, o desemprego aumentou porque 36 mil pessoas ingressaram no mercado, que por sua vez fechou 48 mil vagas.

A taxa de desemprego foi maior na chamada sub-região leste, que inclui Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos, Poá e outros municípios: 20,5%. Vai a 18,1% na sub-região sudeste, onde se localiza o Grande ABC. Na oeste (Osasco, Barueri e outros) ficou em 17,6% e na capital, em 17%.

De setembro para outubro, a indústria e a construção abriram vagas (13 mil e 7 mil, respectivamente), enquanto comércio (25 mil) e serviços (31 mil) fecharam postos de trabalho. O número de trabalhadores com carteira assinada caiu 0,4%, assim como o de autônomos (-2,1%).

Em 12 meses, a indústria de transformação também registra alta, de 4,2%, com acréscimo de 57 mil vagas. Serviços fica praticamente estável (0,1%), com mais 8 mil, construção cai 0,5% (menos 3 mil) e o comércio recua 6,1%, eliminando 101 mil postos de trabalho. O setor de serviços concentra 60% dos ocupados na região, seguido do comércio (17%), indústria (15,3%) e construção (6,7%).

Estimado em R$ 2.030, o rendimento médio dos ocupados cai 1,7% no mês. Em relação a 2016, sobe 1%.