Dieese

Inflação na cidade de São Paulo volta a registrar alta em julho

ICV havia fechado o mês anterior com deflação. Tarifa de eletricidade, gás de cozinha e alimentação fora de casa puxaram aumento. Em 12 meses, taxa está pouco acima de 2%

Roberto Parizotti/Fotos Públicas

Aumento nos combustíveis divulgado no dia 21 de julho só deve ser captado com mais intensidade no ICV de agosto

São Paulo – O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese no município de São Paulo, teve alta de 0,13% em julho, após registrar deflação no mês anterior. Com variações de 0,95% e 0,12%, respectivamente, os grupos Habitação e Alimentação foram responsáveis por 0,25 ponto percentual, enquanto Transporte (-0,71%) teve impacto de menos 0,10 ponto.

No ano, o ICV-Dieese varia 0,92%. Em 12 meses, está acumulado em 2,09%.

Segundo o instituto, itens como eletricidade (6,15%) e gás de botijão (1,66%) pressionaram o grupo Habitação. Em Alimentação, o de maior peso na composição do ICV (31,49%), produtos da indústria caíram 0,17%, enquanto o custo de alimentação fora do domicílio subiu 0,78% no mês, com elevação de preço das refeições principais (0,32%) e dos lanches matinais e vespertinos (1,36%). 

No itens in natura, todos os legumes (18,16%) tiveram alta de preço, com destaque para berinjela (23,81%), tomate (23,17%) e pimentão (20,91%). As frutas aumentaram 2,20%, chegando a 42,89% no caso de limão e a 21,67% no abacate, e quedas no preços do kiwi (-7,49%) e do melão (-7,19%). O preço do leite in natura aumentou 0,10% e o das carnes caiu 1,24%.

No grupo Transporte, a redução se deve à queda no  preço do litro de álcool (-2,56%), gasolina (-1,41%) e diesel (-0,57%). “O reajuste dos combustíveis divulgado no dia 21 de julho deve ser captado com mais intensidade no índice de agosto”, diz o Dieese.

A inflação paulistana é maior para famílias de menor renda, concentradas no estrato 1, que teve variação de 0,34%. O ICV subiu 0,17% no 2 (intermediário) e 0,07% no estrato 3. Isso já não acontece em 12 meses: 1,42% no 1, 1,60% no 2 e 2,54% no 3.

Ainda em 12 meses, cinco dos 10 grupos que compõem o ICV têm taxas acumuladas acima do índice geral: Despesas Diversas (9%), Educação e Leitura (7,27%), Saúde (5%), Habitação (4,99%) e Recreação (3,33%). E os outros cinco têm queda: Despesas Pessoais (-0,05%), Alimentação (-0,42%), Transporte (-0,67%), Vestuário (-3,66%) Equipamento Doméstico (-4,42%).

Cesta básica

Os preços da cesta básica mostraram comportamento diferenciado em julho, também segundo o Dieese, com redução em 14 capitais e aumento em 13. As principais quedas foram registradas em cidades do Norte/Nordeste: Recife (-3,26%), Boa Vista (-3,06%), João Pessoa (-2,26%) e Fortaleza (-1,91%). As maiores elevações foram observadas em Belo Horizonte (2,35%), Porto Alegre (2,23%), Salvador (2,02%) e Palmas (1,81%). De janeiro a julho, o custo da cesta cai em 18 capitais e sobe em nove.

Com base no preço mais alto no mês passado (Porto Alegre, R$ 453,56), o Dieese estimou em R$ 3.810,36 o valor do salário mínimo necessário para um trabalhador e sua família, 4,07 vezes o mínimo oficial (R$ 937). Essa proporção era de 3,98 em junho e de 4,54 vezes em julho do ano passado.