sem crescimento

Para economista, ‘é cedo’ para Meirelles prever queda do desemprego

Ministro da Fazenda disse que recessão deve acabar em agosto. Segundo Cesar Locatelli, previsão é 'chute' e não há prazo para acabar

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Economista diz que Henrique Meirelles tenta ‘dar ânimo’ aos agentes econômicos incertos com o país

São Paulo – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem (13) em sua conta no Twitter que a taxa de desemprego deve começar a cair a partir de agosto. Para o economista Cesar Locatelli, a data anunciada é “um chute” e a recessão ainda não tem prazo para acabar, por conta da instabilidade política. 

“É cedo para fazer essas afirmações que ele faz. Na verdade, faz um ano do golpe e o governo não dá sinais de que entramos numa retomada de crescimento. Diziam que após a derrubada da Dilma a economia iria crescer, mas não aconteceu, isso porque não tivemos uma estabilidade política”, afirmou em entrevista à Rádio Brasil Atual, hoje (14).

Segundo Cesar, a afirmação do ministro é uma tentativa de “destravar” os agentes econômicos que estão incertos com o futuro econômico do país. Ele também explica que Meirelles não teve cuidado ao analisar o dado para fazer a afirmação. “Ele se baseia numa pesquisa do IBGE de que o comércio teria subido 1% em abril, mas quando olhamos o dado com cuidado, vemos que viemos de um mês de quedas de vendas”, diz.

Também pelo Twitter, o ministro da Fazenda disse que “previsões econômicas são de aumento do emprego durante o ano, retomada dos investimentos e manutenção dos gastos sociais do governo”. O economista desmente e cita a reforma trabalhista como exemplo. “Quando você corta direitos, corta o bem-estar das pessoas. Elas terão menos renda. Se elas têm menos renda e o governo gasta menos, e com os investidores retraídos, como a economia vai crescer?”

Ouça:

Leia também

Últimas notícias