Juros

Copom segue ritmo de cortes e leva taxa básica para 10,25%

Desde outubro, houve diminuição de quatro pontos percentuais. Antes da crise, esperava-se redução maior. Agora, BC indica diminuição moderada

Fábio Rodrigues Pozzebon/ABR

Política conduzida por Ilan Goldfajn (BC) e Henrique Meirelles (Fazenda) mantém custo do dinheiro elevado

São Paulo – Pela sexta vez seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros, desta vez em um ponto percentual, para 10,25% ao ano, na menor nível da Selic desde o final de 2013, em termos nominais. A esperada decisão, anunciada no final da tarde de hoje (31), foi novamente sem viés e unânime. Antes da mais recente crise envolvendo o governo, esperava-se uma redução um pouco maior, de até 1,25 ponto.

“O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom permanece compatível com estabilização da economia brasileira no curto prazo e recuperação gradual ao longo do ano. A manutenção, por tempo prolongado, de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade econômica”, diz comunicado.

Mais uma vez, o Copom associou decisões ao processo de reformas. “O Comitê entende que o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas. Essas estimativas continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo.”

Pelo cenário e “atual balanço de riscos”, o Copom considera “adequada” uma redução mais moderada do ritmo de cortes em sua próxima reunião, marcada para 25 e 26 de julho.

função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião. Naturalmente, o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.

De julho de 2015 a outubro de 2016, a Selic permaneceu em 14,25% ao ano. Desde então, perdeu quatro pontos percentuais. Mas os juros reais seguem mais elevados do que há um ano, por exemplo, devido à queda da inflação – motivada, em boa medida, pela recessão, que causa impacto na atividade econômica e no mercado de trabalho.