Mercado de trabalho

Taxa de desemprego sobe e rendimento cai em São Paulo

Os 17,9% representaram o maior índice para o mês desde 2005, segundo a Fundação Seade e o Dieese. Região metropolitana tem 1,982 milhão de desempregados, 365 mil a mais em 12 meses

EBC

Entre as áreas da região metropolitana de SP, a maior taxa de desemprego foi registrada na sub-região leste

São Paulo – Com maior procura por trabalho e fechamento de vagas, a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo foi a 17,9% em fevereiro, a maior para o mês desde 2005, segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese. O número de desempregados foi estimado em 1,982 milhão, 99 mil a mais em relação a janeiro (alta de 5,3%) e 365 mil a mais em 12 meses (crescimento de 22,6%).

Entre as áreas que compõem a região metropolitana, a maior taxa foi registrada na sub-região leste, que inclui municípios como Guarulhos e Mogi das Cruzes: 21,6%. Ficou em 17,9% na oeste (Osasco, Barueri e outras cidades), foi a 17,5% na sudeste (onde se localiza o Grande ABC) e 17% na capital paulista. 

O crescimento do desemprego se dá pela combinação entre maior procura e corte de postos de trabalho. Na comparação com fevereiro do ano passado, por exemplo, a PEA (população economicamente ativa) aumentou 0,7%, com acréscimo de 72 mil pessoas no mercado, que fechou 293 mil vagas (-3,1%). Com isso, houve a alta de 22,6% no número de desempregados, ou mais 365 mil. 

Ainda em relação a fevereiro de 2016, entre os setores pesquisados, a indústria de transformação eliminou 153 mil vagas, queda de 10,8%. A construção civil fechou 66 mil (-9,9%) e os serviços, 146 mil (-2,6%). A exceção foi o segmento de comércio/reparação de veículos, com abertura de 84 mil postos de trabalho (3,1%).

A pesquisa segue registrando retração do emprego formal. Em 12 meses, o número de assalariados com carteira no setor privado caiu 7,4%, com menos 392 mil vagas. O total de autônomos subiu 4,9% (mais 72 mil) e o de domésticos cresceu 7,7% (45 mil).

Estimado em R$ 1.974, o rendimento médio dos ocupados caiu 3,7% de dezembro para janeiro. Em 12 meses, a queda é de 7,1%. A massa de rendimentos retraiu-se em 10,3%.