Custo de vida em 2016

Inflação em São Paulo recua, mas sobe mais para quem tem menor renda

ICV foi de 6,15% no ano passado, ante 11,46% em 2015, segundo o Dieese. Preços dos alimentos aumentaram menos

Arquivo/EBC

Grupo Alimentação, de maior peso na composição do índice, teve aumento de 8,03%, acima da inflação geral

São Paulo – O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese no município de São Paulo, fechou 2016, em 6,15%, bem abaixo do ano anterior (11,46%) e no menor índice em três anos. A inflação subiu mais para famílias de menor renda, concentradas no estrato 1, em que atingiu 6,56%, foi a 6,32% na faixa intermediária e a 6,02% no estrato 3.

O grupo Alimentação, de maior peso na composição do índice (quase um terço do total), a taxa ficou acima da inflação geral, com 8,03%, mas abaixo de 2015 (10,55%). As despesas com alimentação fora do domicílio aumentaram 9,43%, enquanto os preços da indústria subiram 11,39%. No primeiro caso, as refeição principais tiveram alta de 8,68% e os lanches, de 10,40%.

O Dieese destaca, entre outras, variações de leite in natura (22,14%), grãos (20,21%), frutas (17,18%), hortaliças (-13,54%), raízes e tubérculos (-22,27%), legumes (-22,88%), entre os produtos in natura e semielaborados. Na indústria de alimentação, o preço do café subiu 18,83% e os pães, 7,48%. 

Outro grupo de peso no índice total (22%), o de Habitação, teve taxa acumulada de 2,65% no ano passado. O item locação, impostos e condomínio variou 2,23%, enquanto conservação do domicílio subiu 5,80%.

Já o grupo Transporte teve alta de 6,21%. Enquanto o transporte individual subiu 5,29%, o coletivo aumentou 8,28%, efeito dos reajustes nas tarifas de ônibus interestadual (8,53%), ônibus municipal (8,57%), trem (8,57%), metrô (8,61%) e ônibus intermunicipal (9,87%).

Em Saúde (6,26%), o Dieese apurou alta de 8,56% em internações hospitalares, 5,29% em consultas médicas, 5,09% para seguros e convênios e 3,77% para exames laboratoriais. Medicamentos subiram 11,56% e produtos farmacêuticos, 11,78%.

No grupo Vestuário, com variação de 0,79% no ano, os preços dos calçados subiram 2,78% e os das roupas caíram 0,82%. O único grupo com taxa negativa em 2016 foi Equipamentos Domésticos (-0,69%). Dois itens tiveram queda: móveis (-4,16%) e utensílios (-3,56%), enquanto rouparia (2,55%) e eletrodomésticos (2,74%) subiram.

Apenas em dezembro, a taxa foi de 0,12%, com retração de 0,51% nos preços dos alimentos. Ao contrário do que ocorreu ao longo do ano, a maior variação do ICV foi para famílias com rendimentos mais elevados (0,24%). O índice subiu 0,04% no estrato intermediário e caiu 0,15% na faixa com famílias de menor renda.