Atividade

Copom abre reunião sob expectativa de primeiro corte de juros em quatro anos

Reunião será anunciada amanhã à noite. Centrais fizeram protesto na Avenida Paulista

força sindical

Centrais sindicais fizeram protesto hoje diante da sede do BC em São Paulo pedindo redução da Selic

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central abre hoje (18) a penúltima reunião de 2016 sob a expectativa de um corte na taxa básica de juros, que seria o primeiro em quatro anos. Desde julho do ano passado, a Selic está em 14,25% ao ano, sete pontos percentuais a mais que seu menor nível histórico. A dúvida é se a redução será de 0,25, aposta majoritária, ou de meio ponto. A decisão sairá amanhã à noite.

O possível corte ainda não aponta, porém, para uma trajetória de queda. Se terminar o ano em 13,75%, por exemplo, a taxa básica ainda estará no mesmo nível de junho/julho de 2015. Depois disso, o Copom aumentou a Selic para 14,25%, percentual mantido desde então, em um cenário de inflação elevada e queda brusca da atividade econômica.

Em suas manifestações, o Comitê aponta alguma melhora de conjuntura, mas segue pregando cautela. Em relatório, considerava mais provável um corte de 0,25 ponto. As projeções mais amenas da inflação, entre outros fatores, reforçam essa visão. Em janeiro, o IPCA acumulado em 12 meses atingia quase 11% (10,71%), perdendo mais de dois pontos desde então e chegando a 8,48% em setembro. O chamado mercado também aguarda o avanço do “ajuste” fiscal.

Em sua agenda, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem almoço nesta tarde com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em outros tempos ou governos, haveria reclamações com um encontro desses, no dia de abertura da reunião do Copom.

Manifestação

Centrais sindicais (CGTB, CSP-Conlutas, Força, Intersindical, Nova Central e UGT) fizeram protesto diante da sede do BC em São Paulo, na Avenida Paulista, pedindo redução da Selic e apontando a alta dos juros como um fator de inibição da atividade econômica. Os sindicalistas também se manifestaram contra as reformas trabalhista e da Previdência, além da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, de congelamento de gastos da União.

Para o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, algumas mudanças são necessárias na Previdência, como maior rigor em cobranças e na fiscalização, mas sem aumento da idade mínima, como quer o governo. “O que a gente não aceita é retirada de direitos.” Amanhã à tarde, dirigentes se reunirão na sede da CUT, também em São Paulo, para definir a data de um dia nacional de paralisações e mobilizações, provavelmente no final de novembro.