Mercado de trabalho

Com mercado estagnado, desemprego no país mantém tendência de alta

No trimestre encerrado em junho, taxa atingiu recorde de 11,3%, com quase 11,6 milhões de desempregados. País segue sem criar vagas, e ocupação formal também cai, assim como o rendimento

EBC

Com os trabalhadores domésticos, há estabilidade no trimestre e crescimento de 3,7% ante junho de 2015 (mais 224 mil)

São Paulo – A taxa nacional de desemprego foi de 11,3% no trimestre encerrado em junho, acima tanto do período encerrado em março (10,9%) como de igual período do ano passado (8,3%), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. É o maior índice da série, iniciada em 2012. O número de desempregados foi estimado em 11,586 milhões, crescendo 4,5% em um trimestre (497 mil a mais) e 38,7% em 12 meses, com acréscimo de 3,231 milhões.

Pressionado por maior procura por emprego, o mercado de trabalho segue criando poucas ou eliminando vagas. Do primeiro para o segundo trimestre, o total de ocupados (90,798 milhões) ficou estável (0,2%). Em relação a junho de 2015, caiu 1,5%: menos 1,413 milhão.

Isso acontece também no emprego formal. Na comparação com o trimestre encerrado em março, o número de empregados com carteira assinada (34,424 milhões) ficou praticamente estável (-0,6%). Ante o segundo trimestre do ano passado, caiu 4,1%, com menos 1,486 milhão de trabalhadores registrados. Os empregados com carteira passaram de 38,9% para 37,9% do total de ocupados.

Já os sem carteira cresceram 3,7% do primeiro para o segundo período do ano, com entrada de 363 mil pessoas. Em 12 meses, o número fica estável. Com os trabalhadores domésticos, ocorre o contrário: estabilidade no trimestre e crescimento também de 3,7% ante junho de 2015 (mais 224 mil).

Entre os setores, em relação ao primeiro trimestre praticamente todos ficaram estáveis. Na comparação com o segundo período de 2015, o comportamento é diferenciado. A indústria, por exemplo, cai 11%: menos 1,440 milhão de ocupados. A construção sobe 3,9% (mais 277 mil) e os serviços domésticos, 5,3% (317 mil). Nos serviços, informação/comunicação/atividades financeiras têm queda de 10% (fechamento de 1,079 milhão de vagas) e transporte/armazenagem/correio crescem 5% (criação de 213 mil postos de trabalho). O emprego na administração pública (que inclui defesa, seguridade, saúde e educação) sobe 3,1% (mais 481 mil).

Estimado em R$ 1.972, o rendimento médio cai 1,5% ante março e 4,2% em relação a junho do ano passado. A massa de rendimentos (R$ 174,6 bilhões) registra quedas de 1,1% e 4,9%, respectivamente.

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