Para trás

PIB tem nova queda, com redução do consumo e menos investimento

Do quarto trimestre de 2015 para o primeiro de 2016, retração de 0,3% foi a quinta seguida. Em relação a igual período do ano passado, recuo é de 5,4%. Em 12 meses, de 4,7%, pior resultado da série

Arquivo EBC

Eletroeletrônicos, entre os setores que registraram redução da atividade, com impacto negativo no PIB

São Paulo – Com nova redução do consumo e menos investimentos, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,3% no primeiro trimestre deste ano, ante o último de 2015, no quinto resultado negativo seguido nessa base de comparação. Em relação a igual período do ano passado, a retração foi de 5,4%, a oitava consecutiva. Comparados os últimos quatro trimestres aos quatro imediatamente anteriores, o PIB cai 4,7%, na maior queda da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.

Em valor, o PIB somou R$ 1,47 trilhão no primeiro trimestre. Em 12 meses, totalizou R$ 5,943 trilhões.

Na comparação do trimestre com o imediatamente anterior, os dados divulgados hoje (1º) pelo IBGE mostram alguma redução do ritmo negativo. O PIB cai 2% do segundo trimestre de 2015 em relação ao primeiro, 1,6% do segundo para o terceiro, 1,3% do terceiro para o quarto e 0,3% neste primeiro trimestre de 2016. Mas na comparação com o trimestre com igual período anterior, o movimento é crescente: -2,5%, -3,2%, -3,8% e, agora, -5,4%.

taxa de investimento no primeiro trimestre correspondeu a 16,9% do PIB, abaixo de igual período de 2015 (19,5%). A taxa de poupança passou de 16,2% para 14,3%.

Setores

Ainda em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a indústria recuou 7,3%, com a indústria de transformação caindo 10,5% – com influência, de acordo com o instituto, dos setores automobilístico, de produtos metalúrgicos, de metal, borracha e material plástico, eletroeletrônicos, equipamentos de informática e móveis. A construção caiu  6,2% e o setor extrativo-mineral, 9,6%, enquanto os serviços tiveram queda de 3,7%.

Já a agropecuária registrou retração de 3,7%. “Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos com safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade”, diz o IBGE, citando culturas com queda na produção anual: fumo em folha (-20,9%), arroz em casca (-7,6%) e milho em grão (-5,0%). A cultura de soja cresceu 1,3% na produção anual.

Mais uma vez, os chamados componentes de demanda tiveram resultado negativo. O consumo das famílias (R$ 946,6 bilhões) caiu 6,3%, “resultado explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período”. O consumo do governo (R$ 282,8 bilhões) recuou 1,4%.

A formação bruta de capital fixo (R$ 249 bilhões), indicador de investimentos em máquinas e equipamentos, teve retração de 17,5%, a oitava seguida. “Este recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital”, informa o instituto.

As exportações de bens e serviços cresceram 13%, enquanto as importações caíram 21,7%. Nos dois casos, houve influência da desvalorização cambial (de 37%) e do desempenho da atividade econômica.

Primeiro trimestre

Ante o último trimestre de 2015, a indústria recuou 1,2% (-1,1% na extrativa-mineral, -0,3% na de transformação e -1% na construção), a agropecuária caiu 0,3% e os serviços, 0,2%.

Com retração de 2,7%, a formação bruta de capital fixo acumulou a décima queda seguida nessa base de comparação. O consumo das famílias caiu 1,7%, pela quinta vez consecutiva, e o do governo cresceu 1,1%. As exportações aumentaram 6,5%  e as importações caíram 5,6%.

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