Mercado de trabalho

Desemprego mantém tendência de alta e já atinge 11 milhões

Taxa foi a 10,9% no trimestre encerrado em março, no maior índice da série iniciada em 2012, segundo o IBGE. Cai o emprego formal e aumenta o trabalho por conta própria

São Paulo – A taxa nacional de desemprego manteve tendência de alta e foi a 10,9% no trimestre encerrado em março, bem acima tanto de dezembro (9%) como de igual período do ano passado (7,9%). É o maior índice desde o início da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em 2012. Segundo o IBGE, que divulgou os dados na manhã de hoje (29), o número de desempregados é estimado em 11,089 milhões, crescimento de 22,2% em relação ao último trimestre de 2015 (acréscimo de 2 milhões) e de 39,8% com o período encerrado em março do mesmo ano (mais 3,2 milhões).

O total de ocupados (90,639 milhões) caiu 1,7% ante o trimestre imediatamente anterior (menos 1,606 milhão) e 1,5% em 12 meses (menos 1,384 milhão). A pesquisa do IBGE também mostra queda no trabalho formal: o número de empregados no setor privado com carteira assinada, estimado em 34,631 milhões, caiu 2,2% (perda de 772 mil vagas) e 4% (menos 1,435 milhão), respectivamente.

Ainda na comparação com igual trimestre do ano passado, caem o emprego sem carteira e o público. E crescem o trabalho doméstico e por conta própria – este último sobe 6,5%, com 1,413 milhão de pessoas a mais.

Entre os setores, a indústria registra queda de 11,5% em 12 meses, com perda de 1,520 milhão de postos de trabalho. Os serviços alternam altas e quedas, conforme a área de atividade, o comércio fica estável e o trabalho doméstico cresce 4,3% (258 mil).

Já o rendimento médio (R$ 1.961) ficou estável em relação ao trimestre anterior e caiu 3,2% na comparação anual. A massa de rendimentos (R$ 173,5 bilhões) também ficou estável ante dezembro e caiu 4,1% em 12 meses.