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IBGE: 2015 teve desemprego em alta e queda da renda

Taxa no quarto trimestre, de 9%, foi recorde. Número de desempregados superou 9 milhões. Na média anual, o índice foi de 8,5%, o maior da série

Marcello Casal Jr/ABr

Mercado de trabalho reflete momento de turbulência econômica e política do país

São Paulo – A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua chegou ao recorde de 9% no quarto trimestre de 2015, estável ante o terceiro, mas 2,5% acima de igual período do ano anterior. O número de desempregados atingiu 9,087 milhões, com crescimento de 40,8% em um ano – o equivalente a 2,635 milhões a mais. E o total de ocupados (92,274 milhões) caiu 0,6%, ou menos 600 mil. Na média anual, a taxa ficou em 8,5%, a maior da série histórica, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados na manhã de hoje (15) pelo IBGE.

A pesquisa também mostra enfraquecimento do mercado formal. Os empregados no setor privado com carteira assinada somavam 35,412 milhões no quarto trimestre, retração de 3% (menos 1,094 milhão) em relação a igual período de 2014. Os empregados sem carteira caíram mais (-4,3%), enquanto os por conta própria cresceram 5,2% (mais 1,139 milhão) e os trabalhadores domésticos, 4,8% (acréscimo de 284 mil.

Estimado em R$ 1.913, o rendimento médio caiu 1,1% em relação ao terceiro trimestre do ano passado e 2% ante o último período de 2014. Na média anual, ficou estável (de R$ 1.947 para R$ 1.944).

A massa de rendimentos (R$ 171,543 bilhões) ficou estável no trimestre e caiu 2,4% ante o último período do ano anterior. Na média anual, também ficou relativamente estável (R$ 173,570 bilhões).

Ainda em relação ao quarto trimestre de 2014, a taxa de desemprego subiu em todas as regiões, atingindo 10,5% no Nordeste, 9,6% no Sudeste, 8,7% no Norte, 7,4% no Centro-Oeste e 5,7% no Sul. Entre os estados, a maior foi registrada no Amapá (12,5%) e a menor, em Santa Catarina (4,2%). Nas capitais, Macapá teve taxa de 14,6%, enquanto Campo Grande e Rio de Janeiro empataram com 5,2%.

No rendimento, a pesquisa também mostra diferenças regionais. O maior foi registrado no Sudeste (R$ 2.236) e o menor, no Nordeste (R$ 1.276). Entre as unidades da federação, o Distrito Federal teve o maior rendimento médio no quarto trimestre (R$ 3.629), enquanto na outra ponta ficou o Maranhão (R$ 1.016). Nas capitais, Vitória teve R$ 3.951 e Belém, R$ 1.581.

Perfil

No quarto trimestre do ano passado, 51,5% dos desempregados tinham concluído pelo menos o ensino médio, enquanto 26,2% não haviam concluído o fundamental, segundo o IBGE. Os com nível superior completo somam 9%. “Importante destacar que estes resultados não se alteraram significativamente ao longo da série histórica disponível”, diz o instituto.

As mulheres representavam pouco mais da metade (51,3%) dos desempregados, o que se repetiu em todas as regiões, chegando a 56,6% no Norte. No recorte por faixa etária, 36% dos desempregados eram adultos de 25 a 39 anos. Os jovens de 18 a 24 anos somavam 32,4% – esse grupo tem taxa de desemprego duas vezes maior que a média: 19,4%, ante 9%.

Entre os ocupados, adultos de 25 a 59 anos eram 77,6% do total e jovens de 18 a 24 anos, 13,2%. Segunda a Pnad, 54,2% haviam concluído pelo menos o ensino médio, 30,1% não tinham terminado o fundamental e 17,3% concluíram o nível superior.

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