Mercado de trabalho

Saída de pessoas do mercado faz taxa de desemprego ficar estável

Número de desempregados na Grande São Paulo praticamente não variou de dezembro para janeiro, mas cresceu 46% em um ano. São 491 mil pessoas a mais, para um total estimado em 1,549 milhão

Marcello Casal Jr/ABr

Dieese/Seade continua detectando enfraquecimento do mercado formal; número assalariados caiu 0,1%

São Paulo – Com menos pessoas à procura de trabalho, a taxa de desemprego na região metropolitana ficou relativamente estável em janeiro, passando para 14%, ante 13,9% no mês anterior, em um movimento típico para o período, segundo a pesquisa da Fundação Seade e do Dieese. Estimado em 1,549 milhão, o número de desempregados praticamente não variou (-0,1%), mas continua registrando crescimento elevado na comparação anual: 491 mil a mais em relação a janeiro de 2015, alta de 46,4%.

Também em relação ao ano passado, o total de ocupados (9,517 milhões) cai 2,2%, o equivalente a menos 217 mil vagas. Ante dezembro, a queda é menor, de 0,9% (menos 82 mil pessoas ocupadas). A população economicamente ativa (PEA) recua 0,7% no mês (-83 mil), o que ajudou a manter a taxa estável. Mas aumenta 2,5% na comparação anual, com mais 274 mil pessoas no mercado.

No recorte por região, a taxa de desemprego recua na cidade de São Paulo (de 13,1% para 12,4%) e cresce na região do ABC (de 13,3% para 15%) e nos demais municípios (de 15% para 16,4%). E tem altas expressivas nas comparações com janeiro de 2015 (9,5% na capital, 10,4% no ABC e 10,3% nas demais cidades).

A pesquisa Dieese/Seade continua detectando enfraquecimento do mercado formal. O número de assalariados com carteira assinada (5,244 milhões) caiu 0,1% no mês e 2,2% em 12 meses, o equivalente, no segundo caso, a menos 119 mil. O total de autônomos (1,532 milhão) sobe 4,2% na comparação anual (mais 62 mil).

De dezembro para janeiro, o emprego cai na indústria de transformação, na construção e no comércio/reparação de veículos, com ligeira alta no setor de serviços. Em 12 meses, recua 9,2% na indústria (menos 150 mil), 2,2% na construção (menos 15 mil) e 1,6% nos serviços (menos 88 mil), subindo 2,9% no comércio (mais 48 mil).

Estimado em R$ 1.987, o rendimento médio dos ocupados sobe 2,8% no mês e cai 6,4% em um ano. Nas mesmas bases de comparação, a massa de rendimentos registra alta de 2,7% e queda de 8,1%.

Outras regiões

A taxa de desemprego subiu, em janeiro, no Distrito Federal (16,6%) e em Fortaleza (10,2%), ficou relativamente estável em Porto Alegre (9,7%) e caiu em Salvador (19,1%). O nível de ocupação caiu em todas as regiões.