Dieese

Com pressão de tarifas, combustíveis e luz, ICV tem maior alta desde 2002

Inflação na cidade de São Paulo teve alta de 11,46% em 2015, subindo mais para famílias de menor renda. Contas de eletricidade e água, gás de botijão, alimentos, álcool, gasolina pesaram no bolso

Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Combustíveis, além de energia, gás e alimentos, tiveram impacto no custo de vida em 2015

São Paulo – Vários itens pressionaram o Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese na cidade de São Paulo, que fechou 2015 com alta de 11,46%, a maior desde 2002. A inflação atingiu com mais intensidade as famílias de menor rendimento: chegou a 12,83% no estrato 1, a 12,07% no 2 (intermediário) e a 10,43% no 3.

Dois dos dez grupos que compõem o ICV tiveram variação superior à média e puxaram o índice para cima: Habitação (15,70%) e Transporte (15,13%). No primeiro, destaque para as altas em eletricidade (71,11%), gás de botijão (24,45%) e água e esgoto (22,79%). No segundo, o Dieese cita, entre outros, álcool (34,23%), gasolina (18,65%), diesel (14,37%), estacionamento (14,34%), metrô (17,10%), ônibus comum (16,67%), trem (16,67%) e ônibus intermunicipal (16,49%).

No grupo de maior peso, Alimentação, a variação no ano passado foi de 10,55%. Entre as maiores taxas, incluindo produtos in natura, semielaborados e industrializados, estão cebola (60,07%), batata (41,70%), feijão (34,56%), alho (32,88%), mandioquinha (29,34%), manga (26,70%), tomate (26,60%), abobrinha (25,444%), ovos (15,58%), carne bovina (13,45%), aves (12,51%), açúcar (32,94%), azeite (20,70%), óleo (15,91%), café em pó (10,43%), e pão francês (10,42%).

Em Despesas Pessoais (10,15%), os produtos de higiene e beleza subiram 12,54% e o fumo e acessórios tiveram alta de 7,86%.

No grupo Saúde (9,13%), a assistência médica variou 9,48%, os exames laboratoriais registraram variação de 10,34%, as consultas médicas, de 9,87%. Medicamentos e produtos farmacêuticos aumentaram 7,46%.

A menor taxa foi de Vestuário (0,14%). Os preços dos calçados tiveram variação de 1,66%, enquanto as roupas caíram 1,08%.

Dezembro

Apenas em dezembro, o ICV aumentou 0,77%, ante 1,02% no mês anterior. Os gastos com Alimentação (1,08%) tiveram impacto de 0,34 ponto percentual. Em seguida, vieram Saúde (1,54%), Transporte (0,91%) e Habitação (0,26%), com impactos de 0,22, 0,13 e 0,06 ponto, respectivamente.