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Preço da cesta básica sobe em todas as capitais pesquisadas pelo Dieese

Tempo necessário para adquirir os produtos e comprometimento da renda também aumentaram. Salário mínimo necessário foi calculado em R$ 3.399,22 – 4,31 vezes o oficial

São Paulo – O preço da cesta básica aumentou, em novembro, nas 18 capitais pesquisadas mensalmente pelo Dieese, com destaque para Brasília (9,22%), Campo Grande (8,66%), Salvador (8,53%) e Recife (8,52%). A menor alta foi apurada em Belém (1,23%).

Segundo o instituto, a capital com maior custo foi Porto Alegre (R$ 404,62), seguida de São Paulo (R$ 399,21) e Florianópolis (R$ 391,85). Os menores valores foram registrados em João Pessoa (R$ 310,15), Natal (R$ 302,14) e Aracaju (R$ 291,80).

Com base na cesta mais cara, o Dieese calculou em R$ 3.399,22 o salário mínimo necessário para a manutenção básica de uma família de quatro pessoas. Esse valor corresponde a 4,31 vezes o mínimo oficial (R$ 788). A proporção subiu tanto em relação a outubro (4,07 vezes) como na comparação com novembro de 2014 (4,04).

Também aumentou o tempo médio para adquirir os produtos da cesta básica. Em novembro, chegou a 97 horas e 54 minutos, ante 92 horas e 36 minutos no mês anterior. Há um ano, a jornada necessária foi de 91 horas e 44 minutos. O trabalhador remunerado pelo piso comprometeu 48,37% do rendimento para adquirir os mesmos produtos – mais do que em outubro (45,75%) e do que em novembro de 2014 (45,32%).

No ano, o Dieese apurou alta em todas as capitais, variando de 5,87% (Belém) a 20,69% (Salvador). Em 12 meses, até novembro, o custo também aumentou nas 18 cidades pesquisadas, subindo 26,4% em Salvador, 21,37% em Campo Grande e 20,72% em Aracaju. Em São Paulo, a elevação foi de 14,73% e no Rio de Janeiro, de 18,38%. Na capital brasileira, o preço subiu 17,5%.

Produtos

Todos os produtos tiveram predomínio de alta em novembro, segundo o instituto, que destaca tomate, açúcar, óleo de soja, arroz, café em pó, pão francês, carne bovina, batata (com preços coletados nas regiões Centro-Sul) e farinha de mandioca (Norte e Nordeste).

O preço do tomate, por exemplo, aumentou em todas as cidades, com variações de 7,54% (Belém) a 75,37% (Brasília). “O tomate é produzido e distribuído regionalmente. A seca do Nordeste impactou na produção e diminuiu a oferta; em Minas Gerais, o calor reduziu a produtividade da safra e as chuvas no Estado de São Paulo prejudicaram a qualidade do fruto”, diz o Dieese.

O açúcar também ficou mais caro nas 18 capitais, com altas variando de 0,89% (Florianópolis) a 28,33% (Salvador). “Vários foram os fatores que explicaram a alta do açúcar: aumento da exportação brasileira e destinação de maior parte da safra de cana-de-açúcar para o etanol, devido ao aumento do preço do álcool. Além disso, chuvas no Estado de São Paulo também impactaram na quantidade de cana ofertada.”