Varejo

Vendas no comércio caem, ainda sob impacto do setor automobilistico

Retração de agosto para setembro, de 0,5%, foi a oitava seguida. No ano, recuo é de 3,3%. IBGE aponta fatores como queda na renda e restrições ao crédito

São Paulo – As vendas no comércio varejista recuaram 0,5% de agosto para setembro, no oitavo resultado negativo seguido, de acordo com o IBGE. A receita nominal ficou praticamente estável, com variação de 0,1%. Segundo o instituto, o comércio cai 6,2% na comparação com setembro de 2014 (a sexta queda consecutiva), 3,3% no ano e 2,1% em 12 meses. Já a receita sobe 1,8%, 3,5% e 4,5%, respectivamente.

No mês, houve retração em oito das dez atividades pesquisadas, com a de veículos caindo 4%. O segmento de maior peso, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, variou 0,1%, apontando estabilidade pelo segundo mês, enquanto móveis e eletrodomésticos (0%) não variou após sete quedas seguidas.

Em relação a setembro do ano passado, de oito atividades, todas tiveram variação negativa, com destaque para móveis e eletrodomésticos (-17,9%), seguida por por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%), combustíveis e lubrificantes (-8,7%) e tecidos, vestuário e calçados (-12,9%). “Estes segmentos responderam por mais de 80% da taxa global”, diz o IBGE. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%) teve a primeira queda da série histórica. Considerando o varejo ampliado, veículos e motos teve retração de 21,8%.

Segundo o instituto, móveis e eletrodomésticos acumula recuo de 13% no ano e de 9,6% em 12 meses. “O comportamento negativo deste setor vem sendo decorrente de fatores como restrições ao crédito, principalmente em função do aumento da taxa de juros no crédito para pessoas físicas, que passou de 28,2% ao ano em setembro de 2014 para 37,4% ao ano em setembro de 2015, segundo o Banco Central, além da influência da redução da massa real dos rendimentos, com recuo de 6,1% frente a igual mês do ano anterior.”

Em hipermercados, o IBGE aponta “desempenho influenciado pela queda da renda real, além do comportamento dos preços dos alimentos, que cresceram acima do índice geral no período de 12 meses: 10,0% no grupo alimentação no domicílio, contra 9,5% da média geral de preços, segundo o IPCA”. O segmento cai 2,3% no ano e 1,7% em 12 meses.