Terceiro trimestre

Taxa de desemprego sobe, e alta recorde atinge maioria dos estados

IBGE estima número de desempregados em 8,9 milhões, 2,2 milhões a mais do que em igual período de 2014, alta de 34%. Cresce procura por trabalho, e mercado não abre vagas. Emprego formal e renda caem

Ministério do Trabalho

Queda da ocupação formal contribuiu para crescimento da taxa de desemprego no terceiro trimestre

São Paulo – A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua subiu para 8,9% no terceiro trimestre, ante 8,6% no segundo e 6,8% em igual período do ano passado.  Foi o maior índice da série, iniciada em 2012. O número de desempregados foi estimado pelo IBGE em 8,979 milhões, um crescimento de 33,9% ante 2014 – 2, 274 milhões. A alta atingiu 23 estados, chegando a 12,8% na Bahia. A menor taxa foi apurada em Santa Catarina (4,4%).

Segundo o instituto, a taxa cresceu em todas as regiões. Passou de 8,6% para 10,8% no Nordeste, de 6,9% para 9% no Sudeste, de 6,9% para 8,8% no Norte, de 5,4% para 7,5% no Centro-Oeste e de 4,2% para 6% no Sul.

O mercado de trabalho foi pressionado pela maior entrada de pessoas à procura de emprego. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, foram 2,095 milhões a mais, aumento de 2,1%. Ao mesmo tempo, o número de vagas estagnou, com variação de -0,2%, ou menos 179 mil. O total de ocupados, praticamente estável, foi estimado em 92,090 milhões.

Também foram perdidos postos de trabalho formais. O número de empregados no setor privado com carteira assinada, calculado em 35,416 milhões, caiu 1,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior (menos 494 mil vagas) e 3,4% ante o terceiro trimestre do ano passado (menos 1,237 milhão). Só houve crescimento entre empregadores e trabalhadores por conta própria.

O emprego cai 3,9% na indústria (ante 2014), com menos 519 mil pessoas ocupadas. Recua 4% na construção (menos 301 mil). E sobe 2,1% (acréscimo de 356 mil) em comércio e reparação de veículos. Nos demais, fica estável, segundo o IBGE.

Estimado em R$ 1.889, o rendimento médio caiu 1,2% ante o segundo trimestre deste ano e ficou estável na comparação com o terceiro de 2014. A maior média é do Sudeste (R$ 2.189) e a menor, do Nordeste (R$ 1.284), atingindo R$ 1.454 no Norte,  R$ 2.051 no Sul e R$ 2.144 no Centro-Oeste.

As diferenças de rendimento também se constatam entre as unidades da federação: o rendimento vai R$ 993 (Maranhão) a R$ 3.512 (Distrito Federal). Considerando as capitais, varia de R$ 1.519 (São Luís) a R$ 3.782 (Vitória). Nas regiões metropolitanas, de R$ 1.388 (São Luís) a R$ 2.920 (São Paulo).

A massa de rendimentos (R$ 168,577 bilhões), cai 1,2% em relação ao segundo trimestre deste ano e fica estável (-0,1%) na comparação com o terceiro trimestre de 2014.