Varejo

Menos crédito, queda na renda e inflação derrubam vendas no comércio

Na comparação com junho do ano passado, setores como hipermercados e supermercados, móveis, eletrodomésticos e vestuários registram principais quedas

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Conjuntura desfavorável: hiper e supermercados registraram baixa nas vendas em junho

São Paulo – As vendas no comércio varejista caíram 0,4% de maio para junho, na quinta queda seguida, segundo o IBGE. Em relação a junho do ano passado, a retração – a terceira nessa base de comparação – foi de 2,7%, menos intenso que nos dois meses anteriores. O volume de vendas caiu 2,2% no primeiro semestre e 0,8% em 12 meses. Entre os fatores citados pelo instituto para os resultados negativos, estão a menor oferta de crédito, a queda na renda e a alta da inflação.

Enquanto o volume cai, a receita se mantém positiva, de acordo com o instituto, que divulgou os dados na manhã de hoje (12): crescimento de 0,8% ante maio, 4,6% sobre junho de 2014, 4,2% no semestre e 5,5% em 12 meses.

De maio para junho, o  IBGE apurou queda em sete das dez atividades pesquisadas, com destaque para veículos e motos, partes e peças (-2,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,5%), móveis e eletrodomésticos (-1,2%) e tecidos, vestuário e calçados (-0,8%). “O segmento de maior importância na estrutura do comércio varejista, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,0%), permaneceu estável nessa comparação”, informa o instituto. Tiveram alta os segmentos de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,3%) e material de construção (5,5%) – este último interrompeu uma série negativa de cinco meses, durante a qual acumula perda de 9,4%.

Na comparação com junho de 2014, cinco de oito atividades caíram: móveis e eletrodomésticos (-13,6%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,7%), tecidos, vestuário e calçados (-4,6%) e combustíveis e lubrificantes (-1,0%). O instituto registrou resultado positivo em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (7,9%). O IBGE lembra que junho teve um dia útil a mais em relação a igual mês do ano passado, além da baixa base de comparação, “por conta dos feriados informais referentes ao evento da Copa do Mundo”.

O segmento de móveis e eletrodomésticos, que cai 13,6% ante junho do ano passado, 11,3% no semestre e 7,1% em 12 meses, sofre efeitos do menor ritmo de crédito e da queda da massa salarial, segundo o IBGE. No caso de hipermercados (-2,7%, -1,8% e -1,2%, respectivamente), o instituto ressalta, além da retração da massa de rendimentos, a alta dos preço de alimentação no domicílio. Em tecidos, vestuário e calçados (-4,6%, -5% e -2,9%), embora os preços estejam crescendo menos do que a inflação geral, o instituto afirma que as quedas se devem à “restrição orçamentária das famílias”.