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‘Compra do HSBC aumenta a centralização do capital’, afirma economista

Em 2014, os seis maiores bancos passaram a concentrar mais de 80% das operações financeiras do país

Reprodução/TVT

Para Mello, a compra efetuada pelo Bradesco pode trazer impactos para alguns trabalhadores

São Paulo – A compra do HSBC pelo Bradesco, anunciada ontem (3), pode aumentar ainda mais a concentração do sistema bancário brasileiro, já nas mãos de poucas instituições. Em entrevista à TVT, o economista Guilherme Mello diz que o impacto pode ser negativo para o consumidor. “Os bancos estrangeiros que vieram para cá tiveram grande dificuldade para se adaptar à realidade brasileira, agora estão sendo seguidamente comprados por outros bancos, e ao invés de um aumento da concorrência, vemos um processo de concentração no sistema financeiro. O consumidor se vê com poucas opções.”

Em 2014, os seis maiores bancos passaram a concentrar mais de 80% das operações. Para Mello, o sistema financeiro está vivendo um período de centralização e concentração de capitais, diferentemente do que foi proposto quando o Brasil abriu as portas para bancos de outros países. “Durante a década de 90, quando se fez a abertura para a entrada de bancos estrangeiros havia a expectativa que esses bancos aumentariam a competitividade na economia brasileira, a produtividade do setor financeiro, e poderiam ajudar a fazer com que o setor financeiro realmente servisse para o desenvolvimento nacional, coisa que ele pouco faz.”

O economista lembra que a venda do HSBC pode trazer impactos aos trabalhadores da instituição. Segundo ele, alguns setores do banco vão ficar duplicados, como os de gestão e controle. Portanto, uma parcela dos funcionários desses setores será dispensada. Na tarde de hoje (4), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) vai se reunir com representantes do Bradesco para discutir a situação e a manutenção dos empregos.

Assista à entrevista completa na TVT: