Biojoias

Produtos da economia solidária conquistam mercado de alto padrão

Artesãos de joias e bijuterias da Amazônia contam com a colaboração de rede de ONGs e cooperativas para levar produção diretamente aos consumidores

reprodução/TVT

Produzidas por artesãs da Amazônia, biojoias são vendidas por até R$ 250,00 em mercados de luxo, no sudeste

São Paulo – Um pequeno empreendimento de economia sustentável da Amazônia vem conquistando o mercado de consumidores de alto poder aquisitivo, no país. As biojoias produzidas pelos artesãos da Arte Taba já alcançam feiras internacionais de design.

A Arte Taba é uma associação que utiliza o conceito de economia solidária, e vem mudando a vida de pelo menos 40 famílias de Tabatinga, cidade de 10 mil habitantes, no Amazonas, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru. As decisões são tomadas de forma democrática pelos artesãos, e os lucros obtidos são divididos por igual. Todos se ajudam e se fortalecem.

Para chegar a São Paulo, o grupo teve o apoio de uma central de cooperativas, que mobilizou uma artista plástica experiente como biojoias e uma ONG para cuidar da distribuição.

“Hoje, tudo é vindo da China, tudo ultrassintético. Você tendo um material absolutamente brasileiro, sustentável, isso é muito legal mesmo. A gente potencializou o máximo da natureza na construção desse trabalho”, conta a artista plástica Patrícia Henna.

“As artesãs têm a técnica, têm as sementes, mas elas não tinham algumas noções de design e de mercado, e nem o próprio mercado, porque o mercado consumidor está aqui, na região sudeste”, relata a supervisora de projetos da central de cooperativas Unisol, Elis Cardoso.

“São produtos diferenciados, que usam uma a expertise da região, as sementes, as madeiras, de uma maneira não predatória, que usam o saber local, indígena e ribeirinho. Quem consome, percebe”, diz Ivo Pons, coordenador da ONG Design Possível.

Antes da parceria, as biojoias custavam R$ 20 em média – o que ficava longe de remunerar os artesãos dignamente. Agora, esses colares são vendidos por cerca de R$ 250. Muitos dos artesãos procuraram o projeto para ter uma ocupação e, hoje, são profissionais e tiram o sustento da família com as biojoias.

Maria Melo dos Santos é uma delas. Casada, mãe de dois filhos, era dona de casa e vivia da renda do marido. Agora tem o próprio dinheiro, e a autoestima melhorou. A presidenta da Arte Taba da Amazônia se diz orgulhosa por ser artesã. “É bom e diferente, porque a gente administra a nossa própria vida, e não deixa os outros administrar. ”

Confira a reportagem de Vanessa Nakasato para o Seu Jornal, da TVT: