Força de trabalho

Entrada de pessoas no mercado pressiona e taxa de desemprego sobe

Em relação a igual período do ano passado, são 985 mil desempregados a mais, em um total de 8,029 milhões. Rendimento médio estacionou

CC / A. Perugini / Wikimedia

Segundo IBGE, número de ocupados por conta própria também aumenta, com recuo da formalização

São Paulo – A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua subiu para 8% no trimestre encerrado em abril, com maior procura de trabalho e menor oferta de vagas. Em comparação com igual período do ano passado, foram 1,614 milhão de pessoas a mais à procura de serviço (crescimento de 1,6%), enquanto o mercado abriu 629 mil postos de trabalho (0,7%). Com isso, o número de desempregados aumentou 14%, o correspondente a um acréscimo de 985 mil, atingindo 8,029 milhões. Os dados são do IBGE, que divulgou os resultados hoje (3).

Segundo o instituto, a taxa média de desemprego vem mostrando tendência de alta há quatro trimestre. Estava em 6,5% no período encerrado em dezembro e depois foi a 6,8%, 7,4%, 7,9% e agora 8% – 0,9 ponto percentual acima de igual período de 2014. Os indicadores da Pnad Contínua são calculados com base em trimestres móveis.

A pesquisa mostra recuo da formalização. Dos 92,179 milhões de ocupados no trimestre encerrado em abril, 36,077 milhões eram empregados no setor privado com carteira assinada, queda de 1,5% em 12 meses (menos 552 mil). Os empregados sem carteira também caíram: -3,7%, ou menos 384 mil. Mas aumentou, em 4,9%, o número de ocupados por conta própria – são 1,024 milhão nessa condição.

O rendimento médio foi estimado em R$ 1.855, com variação de -0,5% ante o trimestre encerrado em janeiro deste ano e de -0,4% na comparação com o período fevereiro/abril de 2014. Nos dois casos, o IBGE considera o resultado como estável. A massa de rendimentos somou R$ 165,5 bilhões, sem variação considerada significativa.

Entre os setores, os números mostram comportamentos distintos. Indústria (222 mil), serviços (658 mil) e educação (661 mil) abriram vagas ante 2014, enquanto construção (-609 mil) e administração pública (-560 mil) cortaram postos de trabalho. Comércio e serviços domésticos registraram estabilidade.