mercado de trabalho

Desemprego avança e tem a maior taxa para maio em seis anos

Segundo o IBGE, em 12 meses o número de desempregados cresceu 38,5%: 454 mil a mais. Rendimento médio caiu

São Paulo – A taxa média de desemprego calculada pelo IBGE em seis regiões metropolitanas teve relativa estabilidade de abril (6,4%) para maio (6,7%), mas aumentou 1,8 ponto percentual na comparação com maio do ano passado (4,9%) e registrou o maior nível para o mês desde 2010. Também na comparação em 12 meses, o número estimado de desempregados cresceu 38,5%, o equivalente a um acréscimo de 454 mil pessoas, e chegou a 1,633 milhão. De acordo com a pesquisa, o rendimento médio também caiu.

As informações do IBGE mostram que o mercado de trabalho não está conseguindo criar vagas, enquanto começa a haver certo aumento de procura de emprego, o  que pressiona a taxa. Também em 12 meses, a população economicamente ativa (PEA) cresceu 1,2%, o correspondente a 299 mil pessoas a mais, enquanto o nível de ocupação variou -0,7% (menos 155 mil). O total de ocupados  nas seis regiões é estimado em 22,788 milhões.

Tendência constante no mercado, a formalização também não avança. O número de trabalhadores com carteira assinada (11,514 milhões) variou 0,2% no mês e caiu 1,8% em relação a maio de 2014 – são 213 mil pessoas a menos. Eles representavam 51,5% dos ocupados, e agora são 50,5%.

O rendimento médio dos ocupados, estimado em R$ 2.117,10, caiu 1,9% ante abril e recuou 5% na comparação com maio do ano passado. Com a queda na renda e a estagnação da ocupação, a massa de rendimentos (R$ 48,9 bilhões) registrou retração de 1,8% e 5,8%, respectivamente.

Entre os setores, o instituto mostra um cenário relativamente estável na ocupação. Em comparação com maio do ano passado, a indústria varia -3,1% (menos 110 mil) e os serviços domésticos, 2,6% (35 mil a mais). Os serviços prestados a empresas ficam estagnados, com -0,3% (menos 10 mil).

Depois de apontar certa estabilidade no mês, o IBGE viu “variações significativas” em todas as regiões na comparação com maio de 2014. A maior taxa foi a de Salvador, 11,3%, ante 9,2% um ano antes. Na região metropolitana de Recife, passou de 7,2% para 8,5%. Em São Paulo, de 5,1% para 6,9%; em Belo Horizonte, de 3,8% para 5,7%; em Porto Alegre, de 3% para 5,6%; e no Rio de Janeiro, de 3,4% para 5%. Ainda nessa comparação, o rendimento caiu em todas as regiões pesquisadas, com destaque para o Rio, com queda de 6,3%.