Selic

Copom abre nova reunião, com mais uma alta dos juros à vista

Caso seja confirmada no encerramento do encontro, amanhã (3), será a sexta elevação seguida. Centrais fizeram protesto na manhã de hoje em São Paulo

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central abre hoje (2) sua quarta reunião de 2015 e deverá aprovar a sexta alta seguida da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,25%. A aposta majoritária é em uma elevação de meio ponto percentual, para 13,75%, o que levaria a taxa ao maior nível desde agosto de 2006. Pela manhã, centrais sindicais fizeram protesto diante da sede do BC em São Paulo.

Não bastassem as sinalizações do próprio Copom no sentido de manter neste momento o ciclo de “aperto”, ontem, durante evento em São Paulo, o próprio ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, reforçou essa convicção. Segundo ele, atualmente a politica monetária “é um remédio necessário para o controle da inflação”. E acrescentou: “Taxa de juro mais baixa não é feita por decreto, ela é construída”.

No próximo dia 10, o IBGE divulga o resultado de maio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa oficial de inflação no país. Atualmente, o IPCA atinge 8,17% em 12 meses, e a tendência é de que se mantenha mais um tempo nesse patamar, começando a recuar (no índice acumulado) apenas a partir do ano que vem. O objetivo do governo é chegar ao centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5% ao ano.

Mas a alta contínua dos juros, a pretexto do combate à inflação, prejudica a atividade econômica. Por isso, as centrais criticam a política monetária, afirmando que ela tem atingido a produção e, consequentemente, a criação de empregos.

A taxa básica não cai desde outubro de 2012, quando foi ao seu menor nível histórico: 7,25% ao ano. Manteve-se assim durante três reuniões, para então iniciar um ciclo de altas, a partir de abril de 2013. De lá para cá, ganhou seis pontos percentuais e chegou aos 13,25%, maior patamar desde o final de 2008.