mercado de trabalho

Taxa de desemprego fica estável em abril, mas mostra tendência de alta

Índice apurado pelo IBGE foi o maior para o mês desde 2010. Formalização cai, contrariando tendência dos últimos anos. Rendimento médio também recua

São Paulo – Estável de março (6,2%) para abril (6,4%), a taxa média de desemprego em seis regiões metropolitanas, calculada pelo IBGE, mostra tendência de alta na comparação com os resultados do ano passado, crescendo 1,5 ponto ante abril de 2014 (4,9%). O índice de abril foi equivalente a 2011 e o maior para o mês desde 2010 (7,3%). A média dos primeiros quatro meses atingiu 6%, a mais alta em quatro anos e interrompendo a curva descendente do desemprego, o que, desde 2005, só havia ocorrido uma vez, em 2009.

O número de desempregados foi estimado em 1,557 milhão, com relativa estabilidade em relação ao mês anterior (4,2%). Mas com crescimento de 32,7% em 12 meses – ou 384 mil pessoas a mais.

Já o total de ocupados – 22,769 milhões – não cresce no mês e tem variação de -0,7% na comparação anual, o correspondente a menos 171 mil. O IBGE aponta também estabilidade na entrada de pessoas do mercado de trabalho, mas já existe um movimento maior em relação a meses anteriores, o que ajuda a pressionar a taxa. Em abril, por exemplo, a população economicamente ativa (PEA) variou 0,4% no mês (acréscimo de 105 mil pessoas) e 0,9% em 12 meses (213 mil).

De acordo com o IBGE, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, estimado em 11,486 milhões, ficou estável na comparação mensal e – contrariando a tendência de formalização verificada nos últimos anos – recuou 1,9% ante abril de 2014 (menos 219 mil pessoas). Eles representam 50,4% do total de ocupados. Um ano atrás, eram 51%.

O rendimento médio (R$ 2.138,50) caiu 0,5% na comparação com março e 2,9% em relação a abril do ano passado. A massa de rendimentos (R$ 49,3 bilhões) teve retração de 0,5% e 3,8%, respectivamente.

Entre os setores de atividade, o instituto registra estabilidade em quase todas as situações. A exceção é a ocupação na indústria, que cai 4,7% em 12 meses, com menos 168 mil trabalhadores.

Se na passagem do mês a taxa de desemprego não variou nas regiões metropolitanas pesquisadas, na comparação com abril do ano passado o IBGE apura alta em todos os casos. Em Salvador, onde o índice é mais alto, a elevação foi de 2,2 pontos percentuais, de 9,1% para 11,3%. A taxa foi de 3,6% para 5,5% em Belo Horizonte, de 3,2% para 5% em Porto Alegre, de 6,3% para 7,8% em Recife, de 3,5% para 5,2% no Rio de Janeiro e de 5,2% para 6,3% em São Paulo.

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