Em baixa

PIB recua no 1º trimestre, com queda de consumo e investimentos

Retração foi de 0,2% na comparação com o quarto trimestre e de 1,6% ante os três primeiros meses de 2014. Indústria e serviços caem, agropecuária cresce

Marcos Santos/USP Imagens

De acordo com os dados do instituto, caíram o consumo das famílias e as taxas de investimento e de poupança

São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) variou -0,2% no primeiro trimestre, em comparação com o último trimestre de 2014 e -1,6% em relação a igual período do ano passado, segundo informou  hoje (29) o IBGE. No acumulado em quatro trimestres, a retração é de 0,9%, ante os quatro imediatamente anteriores. Em valores, o PIB brasileiro atingiu R$ 1,408 trilhão. De acordo com os dados do instituto, caíram o consumo das famílias e as taxas de investimento e de poupança. Entre os setores, a indústria e os serviços registram quedas, enquanto a agropecuária cresce.

A taxa de investimento correspondeu a 19,7% do PIB, abaixo de igual período de 2014 (20,3%), enquanto a de poupança passou de 17% para 16%, na mesma base de comparação. O consumo das famílias – que somou R$ 887,8 bilhões – caiu 1,5% em relação ao quarto trimestre e 0,9% ante o primeiro trimestre do ano passado. Em 12 meses, mostra estabilidade, com variação de 0,2%.

O IBGE informa que a queda de 0,9%, na comparação anual, foi a primeira desde o terceiro trimestre de 2003 e é explicada “pela evolução negativa dos indicadores de inflação, crédito, emprego e renda ao longo dos três primeiros meses do ano”. E o recuo de 1,5% ante o quarto trimestre de 2014 foi o maior desde o último período de 2008 (-2,1%)

O consumo do governo também caiu: -1,3% ante o quarto trimestre e -1,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Em 12 meses, sobe 0,4%.

Outro indicador de investimentos, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), caiu 1,3% na passagem do quatro trimestre do ano passado para o primeiro deste ano. Em relação ao início de 2014, a retração é de 7,8%. Em 12 meses, de 6,9%.

A indústria tem retração nas três comparações: -0,3% ante o quarto trimestre de 2014, -3% em relação ao primeiro trimestre e 2,5% em 12 meses. Isso acontece também com os serviços -0,7%, -1,2% e -0,2%, respectivamente. O único setor com resultado positivo é a agropecuária: 4,7%, 4% e 0,6%.

A passagem dos trimestres demonstra a perda de dinamismo da economia brasileira. Quando se compara, por exemplo, o acumulado em quatro trimestres com igual período anterior, o resultado é decrescente: 2,8% no primeiro terço de 2014, 1,5% no segundo, 0,7% no terceiro, 0,1% no quarto e -0,9% neste primeiro de 2015.

Safra

Entre os setores, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a agropecuária cresceu, segundo o IBGE, principalmente pelo desempenho de produtos com safra relevantes, casos da soja (10,6%), arroz (0,7%), mandioca (5,1%) e fumo (1,7%). O milho teve variação negativa (-3,1%).

Na indústria (-3%), a indústria de transformação caiu 7%, com quedas nos setores automobilístico, de máquinas e equipamentos, produtos eletrônicos, equipamentos de informática e vestuário, entre outros. A construção civil teve redução de 2,9%, enquanto a atividade extrativa-mineral cresceu 12,8%, “puxada pelo aumento da extração de petróleo, gás natural e minérios ferrosos”.

Em 12 meses, na área industrial, só a atividade extrativa-mineral cresce (10,3%). A indústria de transformação cai 5,6% e a construção civil, 4%.

Comércio exterior

Também na soma dos quatro trimestres, o resultado é negativo no setor externo. As exportações de bens e serviços caem 1% as importações recuam 2,5%.

Na comparação do primeiro trimestre deste ano com igual período de 2014, as exportações sobem 3,2% (com destaque para petróleo e carvão, siderurgia e têxteis), enquanto as importações têm retração de 4,7% (as maiores quedas foram registradas em veículos automotores e produtos eletrônicos).

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