Inflação

Energia reduz pressão, e IPCA tem menor taxa em cinco meses

Índice passou de 1,32% em março para 0,71% no mês passado. Mas o acumulado ainda supera 8%. Alimentos subiram menos, enquanto preços dos remédios pressionaram taxa para cima

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência da inflação oficial no país, variou 0,71% em abril, bem abaixo do registrado no mês anterior (1,32%). Foi a menor taxa em cinco meses. Mas o acumulado em 12 meses ainda supera os 8%, passando para 8,17%, ante 8,13% no período imediatamente anterior. Isso porque o IPCA de abril do ano passado foi menor (0,67%) que o deste ano. De janeiro a abril, o índice soma 4,56%, maior taxa para o período desde 2003.

“Os preços subiram, em média, menos do que em março, levando-se em conta, principalmente, a energia elétrica”, diz o IBGE, que divulgou os resultados na manhã de hoje (8). Segundo o instituto, a energia, item “de grande importância no orçamento das famílias”, variou 1,31%, ante 22,08% em março, “quando refletiu a revisão das tarifas de todas as revisões pesquisadas”.

O resultado de 1,31% refletiu aumentos em cinco regiões metropolitanas: Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. “Com os aumentos ocorridos, o consumidor está pagando neste ano, em média, 38,12% a mais pelo uso da energia, enquanto nos últimos doze meses as contas estão 59,93% mais caras.”

Assim, o grupo Habitação, no qual está incluído o item energia, variou 0,93%, ante 5,29% em março. O instituto também destaca as altas de gás de botijão (1,05%) condomínio (0,85%), mão de obra para pequenos reparos (0,73%), aluguel residencial (0,72%), artigos de limpeza (0,64%) e taxa de água e esgoto (0,61%).

O grupo Alimentação e Bebidas também subiu menos de 1,17% para 0,97%. Mas vários produtos tiveram aumentos significativos no mês, caso do tomate, que subiu 17,9%. Outras altas foram da cebola (7,05%), feijão mulatinho (6,55%), leite longa vida (4,8%), alho (4,74%), açaí (3,96%) e pescado (3,12%). Entre os itens cujos preços caíram, estão batata inglesa (-10,02%), mandioca (-8,38%), farinha de mandioca (-2,78%), feijão preto (-2,26%), feijão carioca (-1,61%) e cenoura (-1,5%).

Com aumento de 3,27% nos preços dos remédios, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais (que foi de 0,69% para 1,32%) representou a maior contribuição individual para o IPCA: 0,11 ponto percentual. O instituto também destaca as altas nos serviços médicos e dentários (0,93%), produtos óticos (0,91%) e plano de saúde (0,77%).

No grupo Vestuário (0,91%), o resultado teve influência de roupas masculinas (aumento de 1,39%), roupas femininas (0,93%) e calçados (0,89%). O menor resultado entre os grupos foi de Transportes (0,11%), mesmo com elevação de 10,21% nas passagens aéreas. Caíram (-0,91%) os preços de combustíveis: o da gasolina recuou 0,67% e o do etanol, 2,33%.

Nas regiões pesquisadas, o maior índice foi de Curitiba (1,46%), com pressão de alimentos e remédios. O menor foi o de Salvador (0,5%). Na região metropolitana de São Paulo, que tem peso superior a 30% na composição do índice, o IPCA foi de 1,31%, em março, para 0,58%.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,71% em abril, menos da metade do resultado do mês anterior (1,51%) e abaixo de igual mês do ano passado (0,78%). No ano, está acumulado em 4,95%, bem acima dos 2,90%  no primeiro quadrimestre de 2014. Em 12 meses, vai a 8,34%, um pouco menos que os 8,42% do período imediatamente anterior.

 

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