Inflação

IPCA de janeiro é o maior em 12 anos, e acumulado supera os 7%

Alimentos, tarifas de energia e transporte coletivo pressionaram o índice no primeiro mês de 2015

secooppr/reprodução

Energia elétrica, alimentos e transporte coletivo estão entre os itens que pressionam a inflação em janeiro

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 1,24% em janeiro, a mais alta desde fevereiro de 2003 (1,57%), bem acima do registrado em dezembro (0,78%) e em janeiro do ano passado (0,55%). Com isso, a taxa acumulada em 12 meses foi a 7,14%, a mais elevada desde setembro de 2011, quando havia chegada a 7,31%. Os resultados foram divulgados na manhã de hoje (6) pelo IBGE.

Custos com alimentos, tarifas de energia elétrica e transporte coletivo pressionaram o índice no primeiro mês de 2015. Três grupos – Alimentação e Bebidas (alta de 1,48%), Habitação (2,42%) e Transportes (1,83%) – foram responsáveis por 85% da taxa total, ou 1,06 ponto percentual. No primeiro, destacam-se alguns produtos, alguns por fatores sazonais: batata-inglesa (variação de 38,09% em janeiro), feijão carioca (17,95%), tomate (12,35%) e cebola (9,15%).

Grupo com maior alta, Habitação teve o impacto da energia elétrica: 8,27%, o que correspondeu a 0,24 ponto percentual. Segundo o instituto, com exceção da região metropolitana de Salvador, “que ficou em 0,76% em razão de redução de impostos”, as demais tiveram aumentos nas contas de luz considerados significativos: Porto Alegre (11,66%), São Paulo (11,46%), Goiânia (9,37%), Belo Horizonte (8,25%), Belém (8,02%), Curitiba (7,95%), Brasília (7,94%), Campo Grande (7,84%), Vitória (7,63%), Rio de Janeiro (5,98%), Recife (4,67%) e Fortaleza (2,03%).

Ainda nesse grupo, aumentaram em janeiro os gastos com taxa de água e esgoto (1,42%), aluguel residencial (1,22%), mão de obra para pequenos reparos (0,95%) e condomínio (0,81%). No primeiro caso, a alta ocorreu eu Campo Grande (11,19%) e São Paulo (5,83%).

Em Transportes, aumentaram os custos com transporte público: ônibus urbano (alta de 8,02% no mês), ônibus intermunicipal (6,59%), ônibus interestadual (1,21%), metrô (9,23%), táxi (2,63%) e trem (8,95%). O IBGE registrou aumentos nas tarifas de ônibus urbanos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Fortaleza.

Também subiram os preços dos automóveis, tanto novos (1,03%) como usados (1,38%). Outros itens com alta foram conserto de automóvel (1,97%) e etanol (1,47%).

No grupo Despesas Pessoais, que subiu 1,68%, a pressão veio de três itens: cigarro (6,89%), empregado doméstico (1,50%) e excursão (5,62%).

Entre as regiões metropolitanas pesquisadas, o maior índice foi o do Rio de Janeiro (1,71%), com impacto de tarifas de ônibus urbano e intermunicipal, além da energia elétrica. O menor foi apurado em Recife (0,57%). O IPCA variou em 1,02% em Belém, 1,07% em Belo Horizonte, 1,35% em Campo Grande, 0,95% em Curitiba, 1,08% em Fortaleza, 1,23% em Goiânia, 1,19% em Porto Alegre, 0,88% em Salvador, 1,51% em São Paulo e 1,20% em Vitória.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 1,48%, na maior taxa desde janeiro de 2003 (2,47%). O acumulado em 12 meses foi a 7,13%, ante 6,23% nos 12 meses imediatamente anteriores. É a maior variação desde abril de 2013 (7,16%).