carteira assinada

Apesar de 2014 fraco, primeiro mandato de Dilma cria 4,8 milhões de empregos

Ano passado foi o pior para o emprego formal desde 1999. Mas saldo dos quatro anos é comparável ao do primeiro período de Lula e bem melhor que a primeira metade da gestão FHC

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Em todo o ano, apenas dois setores se destacam na criação de vagas, principalmente o de serviços, com 476.108

São Paulo – Com saldo de 396.993 vagas, 700 mil a menos do que no ano anterior, 2014 foi o mais fraco desde 1999 para o mercado formal de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (23) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Mas o primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014) mostrou resultado comparável ao dos primeiros quatro anos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) e bem melhor do que a primeira metade da gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-1999). Segundo os dados do MTE, o estoque de trabalhadores formais chega a 41 milhões. O dado positivo não esconde preocupação com as perspectivas para o mercado de trabalho em um ambiente pouco propício ao crescimento.

De 2011 a 2014, o Caged mostra saldo de 4,8 milhões de empregos com carteira assinada (o número não inclui a Relação Anual de Informações Sociais – Rais, que considera também os estatutários). O volume é próximo do primeiro mandato de Lula, quando foram criadas 5,6 milhões de vagas formais, de acordo com dados ajustados pelo ministério. No primeiro governo FHC, o país eliminou 1 milhão de postos de trabalho. O governo divulgou hoje um total de 5,2 milhões, mas incluindo informações da Rais.

Somado todo o período 2003-2014, o número de empregos com carteira criados no país chega a 17,7 milhões. Os dados são apenas do Caged.

O salário de admissão em 2014 teve aumento real (acima da inflação) de 0,92%, tendo como base o INPC-IBGE, e chegou a R$ 1.181,56. O ganho real foi de 1,39% para as mulheres e de 0,84% no caso dos homens. A relação entre o valor médio do salário das mulheres (R$ 1.075,52) e o dos homens (R$ 1.247,89) passou de 85,72%, em 2013, para 86,19%.

O ministro Manoel Dias afirmou que o Brasil “vive o pleno emprego”, com regiões onde a taxa de desemprego fica abaixo dos 3%, citando Rio de Janeiro e Santa Catarina. “Em 2015, como os prognósticos da economia são mais positivos que em 2014, acreditamos que vamos continuar gerando empregos”, acrescentou. Ele ressaltou que o Brasil continuou abrindo postos de trabalho, enquanto muitos países ainda não recuperaram o nível de emprego desde o início da crise internacional, em 2008. “Nesse mesmo período, o Brasil gerou mais de 10,5 milhões de postos de trabalho.”

Embora o mercado formal brasileiro continue abrindo empregos, um movimento por vezes contrário à tendência mundial, o ritmo caiu pelo quarto ano seguido. Depois do recorde de 2,543 milhões de vagas com carteira em 2010, foram 1,945 milhão em 2011, 1,302 milhão em 2012 e 1,117 milhão em 2013, para chegar nos menos de 400 mil ano passado.

Apenas em dezembro, foram eliminados 555.508 postos de trabalho, perdendo na série histórica apenas para 2008 (-654.946). Por fatores sazonais, em toda a série do Caged há corte de vagas no último mês de ano. Em dezembro de 2014, todas os setores de atividade eliminaram empregos, sendo 171.763 na indústria de transformação (-2,05%), 132.015 na construção civil (-4,24%) e 148.734 nos serviços (-0,86%).

Em todo o ano, apenas dois setores se destacam na criação de vagas, principalmente o de serviços, com saldo de 476.108. O comércio abriu 180.814. A indústria fechou 163.817, enquanto a construção civil eliminou 106.476. A administração pública teve saldo positivo de 8.257, enquanto a agropecuária, praticamente estável, fechou 370 postos de trabalho.

 

Nota da Redação: a matéria foi corrigida às 15h, porque os dados do Caged divulgados hoje relativos ao período 2003-2006 são diferentes dos que constam no site do Ministério do Trabalho e Emprego.

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