Desigualdade

Concentração de renda no Brasil diminui, mas lentamente

Parcela que detém os 10% de maiores rendimentos ainda concentra 42% do total. Décimo de menor renda fica com 1,2%

São Paulo – A concentração de renda no Brasil segue elevada, mas vem diminuindo, ainda que em ritmo lento. Segundo a pesquisa divulgada hoje (17) pelo IBGE, Síntese de Indicadores Sociais (SIS), as pessoas que integram os 10% da população com os maiores rendimentos concentravam 41,7% do total em 2013. Essa proporção era de 45,8% em 2004. Na outra ponta, os 10% com menores rendimentos passaram de 1% para 1,2%.

Na divisão do instituto, em dez estratos conforme a renda, do primeiro ao oitavo houve ganho. O nono manteve-se relativamente estável (de 15,9% para 15,3%), enquanto o último, o de maior concentração, teve queda (de 9,8%), chegando aos 41,7%. Os dados têm como fonte a Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios (Pnad).

Os rendimentos do trabalho, que representavam 76,4% do total em 2004, passaram para 77,2% no ano passado. Aposentadorias e pensões foram de 18,1% para 18,3%.

O índice de Gini, que mede a desigualdade, também teve melhoria no período pesquisado. De 0,555 em 2004 chegou a 0,501 – quanto mais próximo de zero, menor a desigualdade. Mas segue com variações regionais: o menor índice da distribuição de rendimentos mensais é da região Sul (0,458) e o maior, do Centro-Oeste (0,519). Vai a 0,483 no Sudeste, a 0,484 no Norte e a 0,509 no Nordeste.