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Nova equipe de Dilma tem Levy na Fazenda e Barbosa no Planejamento; Tombini fica no BC

Mantega e Miriam permanecerão em seus cargos até que se conclua a transição e a formação das novas equipes de seus sucessores

Wilson Dias/Agência Brasil

Tombini, Barbosa e Levy. Nova equipe econômica já começa a trabalhar na transição para o segundo mandato de Dilma

Brasília – Confirmando as especulações, a presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (27) três nomes para a equipe econômica de seu governo. O ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy será o novo ministro da Fazenda em substituição a Guido Mantega. No lugar de Miriam Belchior no Planejamento, entra o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa. Alexandre Tombini ficou mantido na presidência do Banco Central. Ainda não há data para a posse dos ministros.

Os ministros Mantega e Miriam permanecerão em seus cargos até que se conclua a transição e a formação das novas equipes de seus sucessores.

Em nota, Dilma agradeceu a dedicação do ministro Guido Mantega, o mais longevo ministro da Fazenda do período democrático. “Em seus doze anos de governo, Mantega teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica internacional, priorizando a geração de empregos e a melhoria da renda da população. À frente do Ministério do Planejamento, a ministra Miriam Belchior conduziu com competência o andamento das obras do PAC e a gestão do Orçamento federal.”

Levy e Barbosa são os primeiros novos nomes indicados para a equipe ministerial da presidenta Dilma, que tomará posse para o segundo mandato no dia 1° de janeiro.

Joaquim Levy, com doutorado pela Universidade de Chicago, um dos principais centros de economistas alinhados com o setor financeiro em todo o mundo, foi diretor superintendente do Bradesco Asset Management – braço de fundos de investimentos da instituição. Também foi secretário do Tesouro Nacional na gestão do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, entre 2003 e 2006.

No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi secretário adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, no ano 2000. No ano seguinte, foi nomeado economista-chefe do Ministério do Planejamento, sendo mantido na equipe econômica na transição entre os governos de Fernando Henrique e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Antes de trabalhar no governo federal, Levy acumulou experiência internacional. De 1992 a 1999, trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI), onde ocupou cargos no Departamento do Hemisfério Ocidental, encarregado de monitorar as economias do continente americano, e atuou como pesquisador nas Divisões de Mercado de Capitais e da União Europeia. Em 1999 e 2000, foi economista visitante no Banco Central Europeu, onde trabalhou nas Divisões de Mercado de Capitais e de Estratégia Monetária.

Depois que saiu do governo federal, Levy assumiu a vice-presidência de Finanças e Administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ficou no cargo sete meses, de abril a novembro de 2006. Em 2007, foi secretário de Fazenda do Rio de Janeiro no primeiro mandato do governador Sergio Cabral. Desde 2010, está no Bradesco.

Formado em engenharia naval, o futuro ministro da Fazenda iniciou a carreira como economista em 1987, quando concluiu o mestrado em economia pela Fundação Getúlio Vargas. Dois anos mais tarde, obteve o doutorado em economia pela Universidade de Chicago.

Nelson Barbosa, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em economia pela New School for Social Research, nos Estados Unidos, participou da equipe econômica nos dois mandatos do presidente Lula. Em 2003, integrou a equipe de Guido Mantega no Ministério do Planejamento. De 2004 a 2006, trabalhou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também com Mantega.

No Ministério da Fazenda, Barbosa esteve à frente da Secretaria de Acompanhamento Econômico, em 2007 e 2008, e da Secretaria de Política Econômica, de 2008 a 2010. No cargo de secretário executivo da pasta no governo da presidenta Dilma Rousseff, elaborou estudos de medidas de desoneração para estimular a economia e formulou uma minirreforma tributária para acabar gradualmente com a guerra fiscal entre os estados.

Um dos principais responsáveis pela proposta de unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual, cuja tramitação está parada no Senado, Barbosa exerceu o papel de interlocutor do governo federal com o Congresso Nacional e os secretários de Fazenda dos 26 estados e do Distrito Federal. Também participou da preparação de programas prioritários para o governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.

Nos últimos anos, elaborou estudos de medidas de desoneração para estimular a economia, como reduções de impostos para automóveis, linha branca e materiais de construção. Em junho do ano passado, Barbosa deixou o governo alegando razões pessoais. Desde então, dava aulas na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

Com informações da Agência Brasil