Pesquisa

IBGE corrige erros da Pnad, e novos dados mostram queda de desigualdade

Informações divulgadas anteriormente mostravam leve alta ou estagnação. Analfabetismo cai, mas em menor ritmo, e escolaridade sobe. Dados de desemprego não se alteram

Tânia Rêgo/Agência Brasil

A taxa de analfabetismo manteve-se em queda, mas em menor grau: foi de 8,7% para 8,5%

São Paulo – O IBGE informou no início da noite de hoje (19) que divulgou ontem dados errados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Ainda que algumas diferenças pareçam pequenas, os novos números mostram diferenças significativas e os erros foram considerados graves pelo próprio instituto. Uma das mudanças, por exemplo, diz respeito ao índice de Gini, que mede a concentração de renda (quanto mais perto de 1, maior a desigualdade). Pelas informações corrigidas, a desigualdade não subiu nem ficou estagnada, mas teve um pequeno recuo no ano passado.

Assim, o índice de Gini do rendimento médio mensal de todos os trabalhos, que havia passado de 0,496 (2012) para 0,498 (2013), na verdade recua para 0,495, o que aponta leve redução da desigualdade. E o índice de todas as fontes de renda, que havia parado em 0,505, cai para 0,501. O índice domiciliar, que, pela divulgação de ontem, havia subido ligeiramente, de 0,499 para 0,500, reduziu-se para 0,497 em 2013.

Entre as regiões, considerando o índice que considerada todas as fontes, fica igual no Norte (0,484), vai a 0,509 no Nordeste (o dado original era de 0,510), a 0,483 no Sudeste (0,488 antes da correção), 0,458 no Sul (0,463) e continua em 0,519 na região Centro-Oeste.

A taxa de analfabetismo manteve-se em queda, mas em menor grau. Ontem, o IBGE informou redução de 8,7%, em 2012, para 8,3%. Hoje, mudou o dado para 8,5%. Houve mudanças também nas informações por região. A maior taxa é do Nordeste (16,9%), embora tenha recuado em relação a 2012 (17,4%). A menor é do Sul (4,6%), que cresceu na comparação com o ano anterior (4,4%). Vai a 6,5% no Centro-Oeste, 9,5% na região Norte e 4,8% no Sudeste.

O número médio de anos de estudo aumenta, mas menos em relação à divulgação anterior. Passa de 7,5 anos, em 2012, para 7,6 no ano passado. Continua em 7,4 anos para os homens e vai a 7,8 anos para as mulheres (o dado anterior era de 7,9).

A taxa de escolaridade (crianças e jovens que estão na escola) só se alterou no caso da faixa de 15 a 17 anos (81,4% e não 81,2%). Mantém-se em 98,4% na faixa de 4 a 5 anos e em 84,3% de 6 a 14 anos.

Não há mudança em relação à taxa de desemprego, que passou de 6,1% para 6,5%. O número de ocupados continua estimado em 95,9 milhões (0,6% a mais do que em 2012) e o de desempregados, em 6,7 milhões (crescimento de 7,2%).

A população segue estimada em 201,5 milhões, sendo 51,4% mulheres (ontem, o IBGE informou que eram 51,5%) e 48,6% homens. São 46,3% de cor branca, 45% pardos, 8% de cor preta (pela classificação do instituto) e 0,8%, amarela/indígena.

Segundo nota divulgada pelo IBGE, os erros ocorreram na expansão da amostra (a pesquisa é feita por amostragem), provocando alterações nos resultados de sete estados: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. Nesse processo, em vez de considerar apenas a região metropolitana da capital, foram consideradas outras regiões metropolitanas desses estados.