Inflação

Preços de alimentos caem, energia sobe, e IPCA-15 tem menor taxa em 13 meses

Segundo o IBGE, resultado de agosto foi quase todo determinado pelo aumento de tarifas em algumas regiões, enquanto preços de diárias de hotéis caíram após a Copa

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Feira livre em Porto Alegre. Custo dos alimentos volta a cair e contribuem para baixar a inflação medida pelo IBGE

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, teve em agosto variação de 0,14%, a menor desde julho do ano passado (0,07%). Foi o quarto mês seguido de desaceleração, conforme os dados do IBGE, que divulgou o resultado hoje (19). Agora, o IPCA-15 está acumulado em 4,32% em 2014, acima de igual período de 2013 (3,69%). Em 12 meses, vai a 6,49%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (6,51%).

Se por um lado os custos com energia elétrica aumentaram em várias regiões, os preços de alimentação e vestuário (-0,18%), entre outros itens, recuaram no mês. Segundo o IBGE, muitos produtos ficaram mais baratos, como batata inglesa (-20,42%), tomate (-16,47%), feijão carioca (-5,49%), hortaliças (-5,13%), óleo de soja (-3,17%) e feijão preto (-3,11%). Com isso, o grupo Alimentação e Bebidas passou de -0,03%, em julho, para -0,32%.

Com alta de 4,25%, a energia teve impacto de 0,12 ponto percentual no índice. O instituto destaca variações nas contas em Belém (6,8%), Curitiba (23,85%) e São Paulo (9,55%). O item levou o grupo Habitação a passar de 0,48% para 1,44% neste mês, com pressão ainda de artigos de limpeza (1,47%), taxa de água e esgoto (1,37%), condomínio (1,36%), aluguel residencial (0,66%) e mão de obra para pequenos reparos (0,66%).

Em outra ponta, os preços de diárias de hotéis no pós-Copa caíram 23,54% e exerceram o principal impacto para baixo, de -0,13 ponto percentual. A queda nas diárias fez o grupo Despesas Pessoais passar de 1,74% para -0,67%.

Já os preços de passagens aéreas aumentaram 10,27% e representaram impacto de 0,04 ponto, levando o grupo Transportes a ter alta de 0,20%, após queda de 0,85% em julho. Educação foi de -0,07% para 0,42%, com elevação de 1,06% em cursos diversos (como informática e idiomas).

O maior índice regional foi apurado na região metropolitana de Curitiba (0,50%) e o menor, em Salvador (-0,38%), onde o custo com energia elétrica caiu, assim como os preços de combustíveis. De julho para agosto, o IPCA-15 foi maior em Belém (0,45%), Goiânia (0,27%) Rio de Janeiro (0,30%) e São Paulo (0,26%), ficando relativamente estável em Brasília (0,12%). E foi menor em Belo Horizonte (-0,06%), Fortaleza (-0,02%), Porto Alegre (0,02%) e Recife -0,28%).

O índice foi calculado com base em preços coletados de 15 de julho a 13 de agosto. Os resultados do IPCA e do INPC deste mês serão divulgados em 5 de setembro.