Juros

Na primeira reunião depois do campeonato mundial, Copom deve jogar pelo empate

Comitê do Banco Central finaliza hoje sua quinta reunião de 2014. Expectativa é de manutenção dos juros em 11% ao ano pelo segundo encontro seguido

São Paulo – Na quinta reunião do ano – haverá mais três –, a primeira depois da Copa do Mundo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não deverá mexer na taxa básica de juros e manter a Selic em 11% ao ano pela segunda vez seguida. Pelo menos essa é a expectativa de quem acompanha os humores do chamado mercado. Se por um lado o crescimento é pequeno, por outro a inflação, mesmo na descendente, ainda é motivo de incerteza. O encontro, que começou ontem, termina hoje (16) à noite.

Na reunião anterior, em 27 e 28 de maio, o Copom interrompeu uma sequência de nove altas e decidiu pela manutenção da taxa. Antes disso, no período de um ano a Selic, que estava em seu menor nível histórico (7,25%), ganhou 3,75 pontos percentuais. A explicação básica para a sucessão de elevações foi a inflação, cujo comportamento atual alimenta dúvidas. A maior parte desse “ajuste” ocorreu em 2013 – este ano, a taxa subiu um ponto.

Nos dois últimos meses, o chamado curto prazo, o IPCA foi decrescente (0,67% em abril, 0,46% em maio e 0,40% em junho). Mas no acumulado em 12 meses, a inflação oficial ainda se mantém elevada, acima dos 6% – chegou a 6,52% no mês passado. Isso aconteceu porque as taxas mensais foram superiores às de igual período de 2014. Itens importantes no consumo, como alimentos, perderam ímpeto. De forma geral, os índices (IPCA, IPC, IGP, ICV) têm mostrado tendência de desaceleração. Os preços no atacado, medidos pelo IGP-M, tiveram duas deflações seguidas (-0,74% em junho e 0,13% em maio).

De outro lado, a produção industrial derrapa e as previsões para o crescimento econômico se retraem. E o nível de emprego se mantém em níveis baixos.