2014/2015

Governo amplia em 14,7% os recursos do Plano Safra

Serão R$ 156,1 bilhões ante R$ 136 bi na safra atual. Crescimento da produtividade deveu-se a pesquisa, gestão qualificada, investimento e apoio de políticas do governo, segundo Dilma

Roosewelt Pinheiro/ABr

A estratégia do país é ampliar a produção com base no aumento da produtividade de áreas já existentes

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (19), ao lançar o Plano Safra 2014/2015, que o governo vai garantir recursos adicionais para o setor caso a demanda supere os R$ 156,1 bilhões previstos. Serão R$ 112 bilhões para financiamentos de custeio e comercialização e R$ 44,1 bilhões para os programas de investimento. O valor representa uma alta de 14,7% sobre os R$ 136 bilhões do plano anterior. Dilma ressaltou ainda que a safra manteve a tendência de crescimento, apesar dos contratempos climáticos em importantes áreas agrícolas do país.

A estratégia do país, segundo a presidenta, é ampliar a produção com base no aumento da produtividade mais que pela incorporação de novas áreas. “Todas as medidas de estímulo ao investimento buscam dar sustentação a uma questão fundamental para o país, garantir a produtividade. Garantir que a produção aumente mais que a incorporação de novas áreas. Vamos dar sempre prioridade aos investimentos em favor do aumento dessa produtividade que se traduz em uma melhoria da competitividade para o Brasil em relação aos demais produtores de alimentos”, disse a presidenta.

O ministro da Agricultura, Neri Geller, disse que na safra 2013/2014, também há expectativa de superação do volume de recursos anunciados pelo governo. Dos R$ 136 bilhões, R$ 127 bilhões já foram liberados aos produtores, em dez meses. “Se continuar nesse ritmo, podemos ultrapassar R$ 150 bilhões”, disse.

Dilma lembrou que este é o primeiro plano safra sob a vigência do Código Florestal. “Cumprindo as previsões do código, vamos garantir algo fundamental: o Brasil vai continuar na liderança do agronegócio internacional, vai continuar sendo um produtor de alimentos com grande liderança em várias áreas, mas, além disso, vai ter outro título, o de país produtor agropecuário que mais respeita o meio ambiente.”

A presidenta destacou os desafios para escoamento da produção. “O Brasil tem ainda um longo caminho a percorrer na área de logística. Todos temos de reconhecer que a ferrovia continua sendo um grande desafio, precisamos de investidores em ferrovias”, disse, acrescentando que o país precisa explorar novamente suas hidrovias.

“Acredito que são essas as três linhas fundamentais de estruturação de logística no país: ferrovia, sistema hidroviário e cabotagem, junto com todos os desafios que ainda temos em portos, em rodovias. Acredito que demos um grande passo, principalmente nos últimos anos, com as concessões. Reafirmo meu compromisso, não só com setor agropecuário, mas com todos os setores, no investimento que o governo federal deve fazer em infraestrutura, e permitir que o investimento privado faça em parceria, ou individualmente”, explicou.

Cenário e políticas

A presidenta destacou que é importante lembrar o cenário passado. “Eu me lembro, no início do governo Lula, a dificuldade que era para se fazer uma política de crédito adequada. Por isso, lembrar o cenário de 12 anos atrás nos ajuda a ter uma dimensão mais precisa das transformações que viemos construindo juntos, produtores e governo”, disse.

Na safra anterior ao início do governo Lula, haviam sido colhidas 96 milhões e 800 mil toneladas de grãos em uma área de 40 milhões e 200 mil hectares, segundo Dilma. “Na safra que estamos encerrando, iremos colher 191 milhões e 200 mil toneladas, produzidas em 56 milhões e 400 mil hectares. Tamanho crescimento da produtividade só é possível com muita pesquisa, muito trabalho qualificado, muita gestão qualificada, muito investimento, que encontrou nesses 12 anos também o apoio das políticas do governo federal.”

De acordo com Dilma, este apoio pode ser dimensionado também pela oferta de crédito. “Na safra anterior ao governo Lula, foram R$ 15 bilhões e 700 milhões de reais. Na atual safra, são R$ 136 bilhões e vamos ultrapassar esse valor chegando a 156 bilhões de reais.”

Para a presidenta, além da grande importância da oferta de crédito, a taxa de juros média também mudou de patamar favorecendo o setor. “Trabalhava-se antes com uma taxa de 8,75%, tanto para custeio quanto para investimento. E hoje nós trabalhamos com uma taxa que varia de 4% a 6,5%. Aliás, para investimento, a taxa chegava a 10,75%, em alguns casos. Por que isso é importante? Isso é importante porque a agricultura brasileira tem hoje espaço específico no que se refere à política de crédito nacional.”, disse.

Com informações da Agência Brasil

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