Copom

Vem aí mais um aumento da taxa de juros. A dúvida é se virá outro em breve

Confirmada, será a nona elevação seguida. Estimativa é de elevação para 11% ao ano, o que representaria a maior Selic desde outubro de 2011

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São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) fecha hoje a terceira reunião em 2014 e, mais uma vez, não deverá surpreender. A aposta maciça é de mais uma alta – a nona seguida – da taxa básica de juros, a Selic, provavelmente em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano. Confirmada, será a maior taxa desde outubro de 2011 (11,5%). Praticamente não há dúvida de que haverá elevação. A nova questão, agora, é se a dose se repetirá na próxima reunião, em 27 e 28 de maio, ou se o Copom irá se aquietar temporariamente.

No ciclo de altas da Selic iniciado em abril do ano passado, a justificativa básica foi a preocupação com o comportamento da inflação. Naquele período, o IPCA acumulava 6,5% em 12 meses. Agora, está próximo de 5,7%. Desde setembro, a taxa oficial da inflação, anualizada, se mantém abaixo dos 6%. O centro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional é de 4,5%, com intervalos de dois pontos percentuais, para baixo ou para cima.

Em pronunciamento recente no Senado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que existe certa resistência da inflação, principalmente no caso dos alimentos. Ele disse acreditar em um cenário com tendência a se reverter nos próximos meses, mas ressaltou que à autoridade monetária cabe garantir que o possível “choque temporário” se limite ao curto prazo.

Para o objetivo declarado de combate à inflação, mexer na taxa básica não se mostra um remédio tão eficaz, pelo menos isoladamente. Em um ano, com 3,5 pontos percentuais de elevação na Selic (de 7,25% para 10,75%), o IPCA ainda se mantém em nível relativamente alto, embora controlado. Mas o BC, em seu relatório trimestral de inflação, divulgado em 27 de março, aponta cenário ainda preocupante para este ano e certa melhora em 2015.

Os indicadores da economia ainda mostram sinais mistos. Os dados sobre mercado de trabalho, por exemplo, seguem positivos.

Neste momento, a Selic está no mesmo nível do final do governo Lula (10,75% ao ano). Sob a gestão Dilma (e Tombini), a taxa chegou a 12,5% (em julho de 2011). Depois disso, sofreu dez cortes seguidos, até atingir, em outubro de 2012, seu menor nível histórico, 7,25%, no qual se manteve por mais três reuniões, até abril de 2013, quando recomeçou a escalada.

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