IPCA

Inflação oficial sobe em fevereiro, com alta nos custos com educação

Segundo o IBGE, mês concentrou aumentos das mensalidades escolares. Preços de alimentos sobem menos, mas ficou mais caro comer fora de casa. Em 12 meses, índice vai a 5,68%

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,69% em fevereiro, acima tanto de janeiro (0,55%) como de fevereiro do ano passado (0,60%), segundo informou hoje (12) o IBGE. No primeiro bimestre, acumula 1,24%, abaixo de igual período de 2013 (1,47%). E em 12 meses vai a 5,68%, superando os 12 meses imediatamente anteriores (5,59%). Os custos com educação representaram quase 40% do resultado.

Segundo o instituto, fevereiro “concentrou o aumento das mensalidades dos colégios”, e com isso o grupo Educação, respondeu por 0,27 ponto percentual da taxa, 39% do total. A alta passou de 0,57%, em janeiro, para 5,97%.

“Esse resultado reflete os reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente nas mensalidades dos cursos regulares, que subiram 7,64% e constituíram-se no item de maior impacto individual no mês, com 0,22 ponto percentual”, diz o IBGE. “À exceção de Fortaleza, que não apresentou aumento em virtude da diferença da data de reajuste, nas demais regiões os cursos situaram-se entre os 3,45% registrados na região metropolitana de Porto Alegre e os 11,72% do Rio de Janeiro. Nas mensalidades dos cursos diversos (idioma, informática etc.) a variação foi de 5,95%.”

O grupo Alimentação e Bebidas passou de 0,84%, em janeiro, para 0,56%, em decorrência, informa o IBGE, de altas bem menores nos alimentos comprados para consumo em casa – de 0,90% para 0,22%..

O preço do leite longa vida, por exemplo, caiu 3,65%. Também recuaram os preços da batata inglesa (-9%), feijão carioca (-4,45%), alho (-2,10%), feijão preto (-2,07%), açúcar refinado (-1,86%), frango em pedaços (-1,67%) e café (-0,67%), entre outros itens. Na outra ponta, aumentaram hortaliças e legumes (11,42%), tomate (10,70%, após cair 10,43% em janeiro), cebola (3,38%), frutas (2,82%), pão francês (0,99%), refrigerante e água mineral (0,65%) e queijo (0,55%).

Também ficou mais caro (1,21%) comer fora de casa. Subiram itens como refeição (1,20%), lanche (1,35%), café da manhã (2,14%), refrigerante (0,87%), cafezinho (2,01%) e cerveja (1,23%).

O grupo Habitação foi de 0,55% para 0,77%, com pressão do aluguel (1,20%), do condomínio (0,80%), mão de obra para pequenos reparos (0,99%) e energia elétrica (0,63%). No último caso, o IBGE lembra que as contas ficaram mais caras em determinadas regiões, “especialmente no Rio de Janeiro (3,55%) e Vitória (2,63%), consequência de aumento ocorrido na parcela relativa ao PIS/Pasep”.

Entre outros grupos, continuaram caindo os preços de Vestuário (de -0,15% para -0,40%) e Transporte (de -0,03% para -0,05%). As passagens aéreas recuaram 20,55% e representaram impacto de -0,12 ponto percentual no IPCA. No caso do ônibus urbano, o custo aumentou 1,29%, sob impacto do reajuste de 9% das tarifas no Rio de Janeiro (alta de 6,18%). As tarifas dos ônibus interestaduais recuaram 0,83% no mês passado, enquanto as dos intermunicipais aumentaram 0,53%. Nos combustíveis, o preço do etanol subiu 1,87% e o da gasolina ficou relativamente estável (0,04%).

O grupo Artigos de Residência variou 1,07%, ante 0,49% em janeiro. Aumentaram preços de mobiliário  (1,20%),cama e mesa e banho (1,33%), eletrodomésticos (1,78%) e consertos de equipamentos domésticos (1,37%).

Nas Despesas Pessoais, a alta foi de 0,69%, abaixo de janeiro (1,72%). O item empregados domésticos aumentou 1,40%. Mas os cigarros, que haviam subido 7,79% no mês anterior, recuaram -0,06%.

Entre os índices regionais, a maior variação foi da região metropolitana do Rio de Janeiro (1,07%), com impacto do aluguel residencial (2,77%), empregado doméstico (2,85%) e energia elétrica (3,55%), além de ônibus urbano (6,18%) e intermunicipais (1,16%). O menor índice foi registrado em Brasília (-0,12%), com queda de 28,38% nos preços das passagens aéreas. Na região metropolitana de São Paulo, o IPCA variou 0,97%. O índice atingiu 0,73% em Belo Horizonte, 0,19% em Fortaleza, 0,46% Porto Alegre, 0,56% em Recife e 0,48% em Salvador.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,64%, resultado próximo ao de janeiro (0,63%) e acima de fevereiro do ano passado (0,52%). A taxa no bimestre ficou em 1,27%, abaixo de igual período de 2013 (1,44%). Em 12 meses, está acumulada em 5,38%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (5,26%).

Calculado desde 1980, o IPCA se refere a famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, de qualquer fonte. Abrange dez regiões metropolitanas, além de Brasília e dos municípios de Campo Grande e Goiânia. O INPC, que começou a ser calculado em 1979, inclui famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, nas mesmas áreas.