Inflação

Com pressão de preços de alimentos, IPCA-15 sobe em março

Transporte foi outro item que pesou no resultado. Somados, os dois representaram 68% da taxa deste mês, diz o IBGE

Marcelo Camargo / ABR / Arquivo RBA

Preços nos supermercados elevou gastos das famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA) teve alta de 0,73% em março, acima de fevereiro (0,70%) e também de março do ano passado (0,49%). Com isso, ficou acumulado em 2,11% no primeiro trimestre, ante 2,06% em igual período de 2013. Em 12 meses, foi a 5,9%, taxa mais alta que a dos 12 meses imediatamente anteriores (5,65%). Os resultados foram divulgados na manhã de hoje (21) pelo IBGE.

Neste mês, a maior pressão sobre o índice veio do grupo Alimentação e Bebidas, com alta de 1,11%, o dobro do registrado em fevereiro (0,52%). O impacto na taxa total foi de 0,27 ponto percentual. O grupo Transporte contribuiu com 0,23 ponto, ao passar de -0,09% para 1,22%. Somados, os dois representaram 68% do resultado de março. O grupo Educação, que havia sido o principal responsável pelo resultado de fevereiro, ao subir 6,05%, desta vez teve variação de 0,53%.

“A pesquisa de março mostrou que vários alimentos chegaram ao consumidor com preços mais altos do que no mês anterior, especialmente o tomate (28,53%), a batata-inglesa (14,59%), as hortaliças (12,72%), os ovos (3,07%) e as frutas (2,05%)”, informa o instituto. A alta do grupo chegou a 1,85% na região metropolitana de Porto Alegre, atingindo 1,44% em São Paulo e 1,42% em Curitiba. As menores altas foram registradas nas regiões metropolitanas de Recife (0,17%) e Salvador (0,13%).

No transporte, o IBGE destaca a variação de preços de tarifas aéreas (de -20,36%, em fevereiro, para 27,08% neste mês), que teve impacto de 0,11 ponto percentual na taxa. Também subiram as tarifas de ônibus urbano (de 0,38% para 1,51%), com variação de 7,14% no Rio de Janeiro, o etanol (de 0,28% para 3,89%) e a gasolina (de 0,02% para 0,26%).

O grupo Vestuário também subiu em março, com alta de 0,19%, depois da variação de -0,68% no mês passado. Os demais recuaram em relação a fevereiro: Habitação (d4 0,64% para 0,44%), Artigos de Residência (de 1,17% para 0,6%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,75% para 0,46%), Despesas Pessoais (de 1,19% para 0,78%) e Comunicação (de 0,17% para -0,66%).

Entre as regiões, os maiores índices foram os de Brasília (1,26%) e do Rio de Janeiro (1,24%). No primeiro caso, a alta de 51,65% nas passagens aéreas provocou impacto de 0,84 ponto na taxa. No Rio, além do ônibus, também pesou no resultado o item emprego doméstico (3,45%). O menor foi o de Recife (0,29%). O IPCA-15 variou 0,67% em Belo Horizonte, 0,66% em Porto Alegre e 0,77% na região metropolitana de São Paulo.

O IPCA-15 é calculado em nove regiões metropolitanas, além de Brasília e Goiânia, e refere-se a famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. O resultado de março vem de coleta de preços feita de 14 de fevereiro a 14 de março. Tem a mesma metodologia do IPCA – o que muda é o período da pesquisa. O índice oficial de inflação referente a março será divulgado pelo IBGE, juntamente com o INPC, em 9 de abril.