São Paulo – O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, disse hoje (4) à Rádio Brasil Atual que o crescimento da capacidade produtiva brasileira deveria ser a principal meta das políticas econômicas governamentais. Segundo ele, a política comandada pelo Banco Central, de elevação da taxa de juros – que chegou a 10% neste mês – para conter a inflação, provocou redução do nível de atividade econômica no Brasil.

Para o técnico, essas medidas se refletem na variação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgado ontem pelo IBGE, que teve redução de 0,5%, se comparado ao trimestre anterior. Apesar disso, Clemente ressalta que o indicador apresenta crescimento de 2,2% da economia se comparado a igual período de 2012.

“O indicador de crescimento anual é estrutural e tem maior validade. Entretanto, o indicador de curto prazo, trimestral, reflete a conjuntura econômica atual e mostra que, apesar de termos uma performance no ano melhor do que tivemos em 2012, a dinâmica econômica desse trimestre (terceiro) foi preocupante”, afirma.

Segundo os dados do IBGE, a redução trimestral do PIB foi influenciada pela queda do desempenho da agricultura e dos investimentos em ampliação da capacidade produtiva. Em contrapartida, o diretor-técnico do Dieese avalia que houve uma “performance razoável do consumo das famílias, resultado do emprego, da renda e das políticas distributivas”.