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Mantega rebate análises pessimistas e prevê crescimento no segundo semestre

Para o ministro, nova rodada de investimentos em infraestrutura vai favorecer a economia brasileira

©fabio rodrigues pozzebom/abr

Mantega: “Desaceleração foi detectada por índices como o IPCA, que variou 0,03% em julho”

São Paulo – Não existe razão para as análises pessimistas que estão sendo feitas a respeito da economia brasileira, avalia o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Presente a evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, ele previu um aquecimento da economia no segundo semestre, impulsionado pela queda da inflação, câmbio favorável à indústria e pela nova rodada de leilões de concessões.

“A economia brasileira esta indo razoavelmente bem e não tem fundamento o pessimismo de algumas análises que estão sendo feitas por ai. Nós podemos verificar não só que a economia brasileira cresceu razoavelmente bem no primeiro semestre como que poderá, no segundo semestre, seguir uma trajetória semelhante”, disse Mantega. “Não se justificam analises que dizem que nós não vamos crescer nada no segundo semestre ou que dizem que em 2014 só vamos crescer 1%. Não tem fundamento nenhum, não só na analise do governo, mas na do setor privado também.”

Segundo Mantega, a queda da inflação aumenta o poder de compra da população, fortalecendo a economia. A desaceleração foi detectada por índices como o IPCA, que variou 0,03% em julho, a menor taxa em três anos. “A boa notícia é que a inflação já caiu e começa a haver a recomposição do poder de compra dos segmentos afetados e isso deverá, juntamente com o aumento do crédito, que também está ocorrendo, estimular a volta do consumo varejista, que não foi bem no primeiro semestre, mas que poderá ser melhor no segundo.”

O ministro deu a entender que o câmbio, apesar de ainda volátil, está em um patamar confortável para a indústria. “O câmbio desvalorizado será um estimulo porque aumenta a competitividade da indústria brasileira. Alguns setores já estão exportando mais, por exemplo, a indústria automobilística, que aumentou em 20% as exportações neste primeiro semestre. Acredito que isso já é resultado de medidas de desoneração que foram dadas”, comentou.

Junto à queda da inflação e ao câmbio, o principal reforço da política econômica virá da nova rodada de concessões para leilões, que inclui aeroportos, portos, setor elétrico, petróleo e rodovias. “O novo evento desse segundo semestre será as concessões, que vão dinamizar a economia brasileira. A estratégia do governo é tornar esses leilões atrativos para o setor privado dando a possibilidade de rentabilidade.”

O ministro afirmou que o governo não fará novas desonerações em 2013 e 2014. Os setores atualmente beneficiados serão mantidos, mas o programa não será ampliado por enquanto, com exceção de alguns Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI). Em sua avaliação, as desonerações dão condições para que os empresários produzam mais, especialmente quando são feitas sobre a folha de pagamento.

Com informações da repórter Sarah Fernandes