Tendência de queda

Preços da cesta básica caem na maioria das capitais pelo segundo mês seguido

Dieese apura recuo em produtos como café, açúcar, óleo de soja, tomate e arroz, entre outros. Ainda se mantêm em alta o leite e o feijão

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Feijão mantém tendência de alta dos preços, contrariando os custos gerais dos produtos da cesta básica

São Paulo – O preço da cesta básica subiu na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese pelo segundo mês seguido. Os valores recuaram em dez das 18 cidades, com destaque para Rio de Janeiro (-3,55%), Vitória (-3,14%), Manaus (-2,07%) e Belo Horizonte (-2,0%). Dos oito municípios que tiveram alta, as principais foram apuradas em Aracaju (3,05%), Brasília (2,87%) e Recife (1,97%).

Mesmo com queda de 0,46%, a cesta básica de São Paulo continuou a ser a mais cara: R$ 340,46. Em seguida, vêm Porto Alegre (R$ 329,16), Manaus (R$ 316,29) e Vitória (R$ 315,63). Os menores valores em junho foram calculados em Aracaju (R$ 248,07), Salvador (R$ 260,20) e Campo Grande (R$ 275,91).

Com base no maior custo, o da cesta paulistana, o Dieese calculou em R$ 2.860,21 o valor do salário mínimo para suprir as necessidades básicas de um trabalhador e sua família, ou 4,22 vezes o mínimo oficial (R$ 678). Essa relação era de 4,24 vezes em maio e de 3,88 em junho de 2012.

No primeiro semestre, o instituto apurou alta nas 18 capitais. As maiores elevações foram registradas em capitais do Nordeste: 21,57% em Aracaju, 20,02% em João Pessoa e Recife (19,17%) e as menores no Sul-Sudeste: Florianópolis (6%), Belo Horizonte (6,05%) e Vitória (8,5%).

No período de 12 meses, que compreende um capital a menos (Campo Grande), “os aumentos do custo da cesta básica, embora continuem em desaceleração, ainda se mantêm acima de 10% em todas as regiões”, segundo o Dieese. As maiores variações também ocorreram no Nordeste: Recife (28,17%), João Pessoa (24,36%) e Fortaleza (24,25%). E as menores foram apuradas em Curitiba (12,40%), Vitória (13,66%) e Rio Janeiro (14,66%).

A jornada estimada para comprar os gêneros essenciais foi de 96 horas e 55 minutos, abaixo de maio (97 horas e 17 minutos) e acima de junho do ano passado (89 horas e um minuto).

Em junho, o café caiu de preço em 16 capitais (-3,45% em São Paulo, -3,27% em Curitiba e -2,39% no Rio) e o tomate recuou em 14 (-21,5% no Rio, -17,94% em Goiânia e -14,1% em Manaus). “Este movimento dos preços pode estar relacionado ao aumento da oferta do fruto para o mercado consumidor”, diz o Dieese. Sobre o café, o instituto diz que o comportamento já era esperado “devido à boa oferta do produto e às sucessivas quedas dos preços das sacas, o que pode ser percebido também nos preços ao consumidor”. Mesmo no semestre, o preço do produto caiu em 15 capitais.

Também não surpreendeu a queda do preço do óleo de soja em 16 capitais, com destaque para Brasília (-8,64%), Goiânia (-6,69%) e Manaus (-6,67%). Já o preço da carne bovina, “produto de maior peso na composição do valor da cesta básica”, caiu em 11 capitais, com destaque para Vitória (-2,91%), Natal (-2,71%) e Florianópolis (-2,61%).

O açúcar ficou mais barato em 13 das 18 capitais, principalmente em Brasília (-6,19%), Rio de Janeiro (5,15%) e Vitória (-4,85%). “Os preços do produto no varejo podem refletir os bons resultados esperados na produção de açúcar e a boa evolução da colheita de cana este ano. Os resultados anuais também refletem essa conjuntura. Os preços do açúcar no varejo recuaram em 16 das 17 capitais que possuem informação disponível”, informa o Dieese, que apurou as maiores retrações em Belo Horizonte (-18,63%), Aracaju (-16,89%) e Manaus (-14,65%).

“O preço do arroz também contribuiu para moderar o custo da cesta básica na maioria das capitais pesquisadas”, acrescentou o Dieese. Houve queda em junho em nove capitais, como Aracaju (-7,40%), Salvador (-3,34%) e Natal (-3,19%).

Entre os produtos que mantêm predominância de alta, estão o feijão e o leite in natura. Nesse segundo caso, houve alta em 13 capitais, chegando 6,76% em Recife, 4,81% em Porto Alegre e 4,41% no Rio de Janeiro. E o feijão subiu em 11 cidades – a alta chegou a 10,59% em Florianópolis, 6,05% em Vitória e 6,04% no Rio.