Terceiro recuo seguido

IPCA-15 volta a perder força em julho e tem a menor taxa mensal em três anos

Quedas nos preços de alimentos e transportes determinaram o resultado, aponta IBGE. Antes vilão, tomate foi destaque da queda 'generalizada'

Jornalista icosta/CC

Alimentação e Bebidas passaram de 0,27%, em junho, para -0,18%, e Transportes, de 0,10% para -0,55%

São Paulo –O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, variou 0,07% em julho, a menor taxa em três anos, desde os -0,05% de agosto de 2010. Foi a terceira diminuição seguida. O acumulado no ano foi a 3,52%, ainda acima de igual período de 2012 (2,91%). Em 12 meses, o índice atingiu 6,4%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (6,67%).

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, seis tiveram variações menores no mês, e quatro tiveram deflação. Os principais responsáveis pelo resultados foram Alimentação e Bebidas, que passaram de 0,27%, em junho, para -0,18%, e Transportes (de 0,10% para -0,55%). Segundo o instituto, dez das 11 regiões tiveram deflação em alimentos, variando de -0,93% (Goiânia) a -0,04% (São Paulo) – a exceção foi Curitiba (0,14%).

Apontado por parte da mídia como vilão da inflação no início do ano, o tomate foi “o líder dos impactos para baixo” (-0,05 ponto percentual), com queda de 16,78% no preço. Mas a queda foi “generalizada”, informa o o instituto. “Os preços do feijão carioca e do óleo de soja, por exemplo, caíram 3,86% e 3,13%, respectivamente, enquanto a cenoura chegou a ficar 18,78% mais barata.”

Também tiveram impacto no resultado geral o etanol (-3,71%), a gasolina (-0,69%) e a tarifa de ônibus urbano (-1,02%), cada um com 0,03 ponto percentual. Ainda em transportes, recuaram seguro voluntário (-1,82%), ônibus intermunicipal (-0,91%), metrô (-2,02%) e trem (-1,15%).

Outros grupos que tiveram deflação foram Artigos de Residência (de 0,68% para -0,06%) e Vestuário (de 0,72% para -0,17%). Saúde e Cuidados Pessoais recuou de 0,72% para 0,20%, com queda nos preços dos remédios (-0,09%) e artigos de higiene pessoal (-0,08%).

Os únicos grupos que não registraram recuo em julho foram Habitação (de 0,57% para 0,60%) e Despesas Pessoais (de 0,37% para 1,08%). No primeiro caso, o IBGE destaca variações em itens como energia elétrica (de 0,01% para 0,26%) e gás de botijão (de 0,01% para 0,049%). No segundo, “a alta é atribuída, principalmente, aos itens empregado doméstico (de 0,50% para 1,45%) e recreação (de 0,19% para 1,36%)”.

Dos índices regionais – o IPCA-15 é calculado em nove regiões metropolitanas, além de Brasília e Goiânia –, o maior foi o de Fortaleza (0,29%), com impacto do aumento de 5,2% nas tarifas de água e esgoto e altas de 2,19% na gasolina e 0,28% no etanol. O menor foi o de Goiânia (-0,35%), onde os preços das passagens de ônibus urbanos caíram 7,53%. O índice foi a 0,09% em Belém, em 0,14% em Belo Horizonte,  -0,04% em Brasília, 0,11% em Curitiba, 0,08% em Porto Alegre, 0,14% em Recife, 0,03% no Rio de Janeiro, 0,10% em Salvador e 0,07% em São Paulo.

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 7 de agosto.