Combate à seca

Governo lança Plano Safra específico para o semiárido nordestino

‘Não hesitarei em gastar dinheiro federal para uma parceria o mais republicana possível. Não olho qual o partido, qual o time de futebol, qual a religião’, afirmou Dilma em Natal

ROBERTO STUCKERT FILHO/PR

Dilma entregou 250 retroescavadeiras e motoniveladoras a 149 prefeitos do Rio Grande do Norte

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (3) o lançamento um Plano Safra exclusivo para o semiárido nordestino, que aliará ações emergenciais de combate à seca ao equacionamento de dívidas dos agricultores da região. “O Brasil tem Plano Safra da agricultura comercial e Plano Safra familiar. Agora, vamos regionalizar o Plano Safra só para o semiárido nordestino”, afirmou durante a entrega de 250 retroescavadeiras e motoniveladoras a 149 cidades do Rio Grande do Norte, em Natal.

Segundo ela, a ação é importante para “garantir que cada vez que a seca ocorra as pessoas não percam sua plantação nem precisem importar do sul do país milho para abastecer os animais aqui do nordeste”. “Não hesitarei em gastar dinheiro federal para uma parceira o mais republicana possível. Não olho qual o partido, qual o time de futebol, qual a religião. Nós fomos eleitos pelo voto popular e isso que nos torna comprometidos com a população do nosso país.”

Ela lembrou que acabar com a seca depende de ações estruturantes, como a construção da Barragem Oiticica, anunciada hoje, que receberá apoio do governo federal. “Agora tem obras que não podem esperar, temos que ter ações imediatas. Foi muito importante colocar carros-pipa sendo operados por meio do Exército brasileiro, para evitar qualquer utilização política deles, o que foi uma realidade no passado.” Além disso, ela citou a importância de construir cisternas para preservar a água das chuvas.

“É importante que a gente pense claramente em duas coisas: é possível conviver com a seca e é possível que tenhamos o poder de escolher como conviver com a seca”, disse Dilma. “Conviver com a seca não é achar que vamos acabar com ela. Nós vamos esgotar os efeitos da seca.”

Ela afirmou que o Brasil passou muito tempo sem investir em obras e projetos nos municípios. “Passamos a investir nesse país do final do primeiro período do governo Lula para o segundo período. Hoje o Brasil é diferente”, disse. “O Brasil não repassava dinheiro, não tínhamos obras”, reforçou.

Ela seguiu dizendo que com a política de distribuição de renda adotada em seu governo “brasileiro começou a viajar de avião. Então vir para o Rio Grande do Norte é uma coisa que passa na cabeça dos brasileiros. Há um encantamento com essa região”.