Dados positivos

Economia mostra crescimento sustentado e baseado em investimento, ressalta Mattoso

Economista lembra que atividade mostra tendência ascendente há quatro trimestres

Roberto Barroso/ABr

Para Mattoso, o crescimento ocorrido de modo significativo, embora menos intenso do que se poderia esperar

São Paulo – Para o economista Jorge Mattoso, o resultado do PIB, talvez abaixo do que os otimistas esperavam, mostra “um crescimento sustentado em investimento, o que é extremamente positivo”. Ele destaca que os dados recentes mostram curva ascendente, sempre na comparação do trimestre com igual período anterior: 0,6% no segundo trimestre de 2012, 0,7% no terceiro, 0,9% no quarto e 1,9% no primeiro trimestre deste ano.

“O que se verifica de fato é que o crescimento tem se dado de maneira importante e significativa, embora menos intensa do que se poderia esperar, dadas as condições internacionais”, diz Mattoso. “Estamos apontado para cima”, acrescenta, estimando em pelo menos 3% o resultado deste ano. “Eu diria que que o importante é que cresceu, de forma menos intensa do que os otimistas tinham em vista, mas de forma sustentada.”

Outro dado importante é o crescimento contínuo do consumo das famílias. Mattoso lembra ainda que, entre os Brics, o PIB brasileiro foi equivalente ao da África do Sul e ficou acima da Rússia, embora abaixo de China e Índia. Também superou o do México.

Ele destaca, principalmente, a elevação dos investimentos (medida pela formação bruta do capital fixo), com crescimento de 4,6% sobre o quarto trimestre e de 3% em relação ao primeiro trimestre de 2012. Mantido esse movimento, diz o economista, será possível enfrentar com mais intensidade o desafio representado pelo setor industrial.

Para Mattoso, a indústria “é um problema que o Brasil tem de olhar com atenção, porque o setor tem sofrido muito ao longo das últimas décadas”. Ele acredita que as medidas de desoneração adotadas pelo governo ainda mostrarão seus efeitos. Mas é preciso, defende, uma discussão mais profunda em relação à indústria. “Isso é grave e levanta o que nós queremos do Brasil. Não pode ter como base exclusivamente a produção de commodities. Não é ruim, mas não podemos achar que só com isso garantimos o longo prazo do país.”

Em relação à reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, o economista acredita que o crescimento menos intenso do PIB pode fazer com que o colegiado seja “comedido”. Ele afirma que não é a política monetária que está fazendo a inflação recuar, mas as medidas do governo, somadas a uma safra maior, que ajuda a reduzir os preços dos alimentos. Subir a taxa básica, observa Mattoso, prejudica investimentos e consumo.

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