IPCA de março é o menor em sete meses, mas inflação oficial rompe teto da meta

Índice subiu menos pelo segundo mês seguido. Mas, como esperado, taxa acumulada voltou a superar os 6,5%, o que não acontecia desde o final de 2011. Expectativa é de que tendência comece a reverter a partir do próximo mês. INPC ultrapassa os 7%

São Paulo – Conforme esperado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, teve variação menor de fevereiro para março (de 0,60% para 0,47%), mas a taxa acumulada em 12 meses voltou a superar o teto da meta de 6,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional, e atingiu 6,59%, no maior índice desde o novembro de 2011 (6,64%). O índice acumulado subiu pelo nono mês seguido, mas a expectativa é de que essa tendência comece a reverter a partir da próxima divulgação. A taxa de março foi a menor dos sete últimos meses. No primeiro trimestre, o IPCA somou 1,94%, ante 1,22% em igual período de 2012. 

Segundo o IBGE, que divulgou os dados na manhã de hoje (10), o resultado de março teve forte influência do grupo Educação, que havia subido 5,40% em fevereiro e agora teve variação de 0,56%. Com isso, o impacto na taxa geral passou de 0,24 para 0,03 ponto percentual. Dos sete grupos, apenas dois (Habitação e Comunicação) tiveram taxas maiores no mês.

Os alimentos, por exemplo, passaram de 1,45%, em fevereiro, para 1,14%. Mesmo com a desaceleração, foi a maior taxa entre os grupos. E responderam por 60% do índice do mês (0,28 ponto percentual). Vilão do período recente, o tomate subiu bem menos (de 20,17% para 6,14%), mas ainda acumula alta de 60,90% no ano e 122,13% em 12 meses. A maior alta acumulada é da farinha da mandioca (151,39%), que passou de 16,15% para 5,11% no mês passado. A cebola subiu mais, de 11,64% para 21,43% em março, e soma elevação de 54,88% no ano e 76,46% em 12 meses. Também está perto dos 100% nesse período é a batata-inglesa (97,29%), que também mostrou desaceleração no mês (de 7,90% para 6,14%).

No grupo Despesas Pessoais (de 0,57% para 0,54%), a maior alta foi do item empregado doméstico, que passou de 1,12% para 1,56% e teve impacto individual de 0,06 ponto. O custo com cabeleireiro aumentou 1,14%, após cair 0,27% no mês anterior. Entre outros itens, cigarro foi de 0,93% para zero e os preços de excursões caíram mais (-9,99%, ante -2,85% em fevereiro).

Saúde e Cuidados Pessoais passou de 0,65% para 0,32%, Vestuário foi de 0,55% para 0,15% e Artigos de Residência, de 0,53% para 0,11%, com destaque para o item eletrodoméstico (de 0,73% para -0,60%). O grupo Transportes, que havia subido 0,81% em fevereiro, recuou 0,09% em março. O IBGE destacou a queda das passagens aéreas (de -9,98% para -16,43%). A gasolina subiu menos, 0,09%, ante 4,10% no mês anterior, quando refletiu “os  efeitos do reajuste de 6,60% no preço do litro nas distribuidoras em vigor desde 30 de janeiro”. As tarifas de ônibus interestaduais também caíram mais (de -0,44% para -0,97%) e as de ônibus urbanos subiram menos (de 0,62% para 0,35%), o mesmo ocorrendo com os preços de automóveis novos (de 0,59% para 0,35%).

Dos grupos em alta, Habitação foi de -2,38% para 0,51%, com a conta de energia elétrica subindo 0,55%, após cair 15,17% em fevereiro. “As contas já estão 18,04% mais baratas neste primeiro trimestre do ano, refletindo a redução de 18% no valor das tarifas em vigor desde 24 de janeiro”, diz o instituto. O grupo de Comunicação foi de 0,10% para 0,13%.

A maior taxa entre as áreas pesquisadas foi a da região metropolitana de Belém (0,79%), puxada pelas altas do açaí (18,31%) e da farinha de mandioca (3,10%) – juntos, os dois tiveram impacto de 0,26 ponto percentual, respondendo por um terço do índice total. A menor foi registrada no Rio de Janeiro (0,27%). O IPCA teve variação de 0,48% em São Paulo, 0,63% Belo Horizonte, 0,46% em Porto Alegre e 0,40% em Brasília.

No acumulado em 12 meses, o IPCA atinge 9,19% em Belém e 8,11% em Fortaleza. As menores variações são de Brasília (5,85%) e São Paulo (5,98%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referência em negociações salariais, passou de 0,52% em fevereiro para 0,60% no mês passado, taxa superior à de março do 2012 (0,18%). Fechou o trimestre com alta de 2,05%, ante 1,08% em igual período do ano anterior. Em 12 meses, foi a 7,22%, também acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,77%).

 Em instantes, mais informações.