Pequenas empresas criam quatro em cada dez vagas de trabalho no Brasil

Publicação do Ipea sobre a nova classe média mostra que 6 milhões dos postos de trabalho criados entre 2001 e 2011 são provenientes de empreendimentos de pequeno porte, com 95% de formalização

São Paulo – As pequenas empresas foram responsáveis por 6 milhões dos 15 milhões de postos de trabalho criados no Brasil entre 2001 e 2011. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)divulgado hoje (29) revelou ainda que 95% dos postos de trabalho criados pelo setor são formais e que o crescimento médio do lucro de microempreendedores foi de 4% ao ano ao longo da década analista. Com uma contribuição de 12% sobre o total de novas vagas abertas nos últimos dez anos, porém, o grupo perdeu participação na força de trabalho no país, diminuindo sua participação de 26% para 24%.

A terceira edição do caderno “Vozes da Nova Classe Média”, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, teve como enfoque o “Empreendedorismo e a Classe Média”. O evento foi promovido em parceira com a Caixa Econômica Federal e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

No pequeno empreendimento, foram apontados três eixos estruturadores: trabalho, renda e formalização dos postos de trabalho. “Se pegarmos dados de dez anos atrás, de todos os trabalhadores, 40% pertenciam à classe média, hoje, bem mais da metade pertencem à classe média, são 55%”, disse o subsecretário de Ações Estratégicas, Ricardo Paes de Barros. De acordo com a pesquisa, 40% da renda proveniente do trabalho, no Brasil, é de pequenos empreendimentos. “Equivale a um número superior ao PIB do Chile, são R$ 500 bilhões ao ano.”

Ele elogiou o crescimento da classe média brasileira nos últimos dez anos. “Desde 2001, 19% da população saiu da classe baixa e ascendeu para a classe média, enquanto 9% da classe média ascendeu para a classe alta. O resultado líquido disso é um aumento em 10% da classe média brasileira.”

Carteira assinada

O ministro da SEA, Marcelo Neri, ressaltou o potencial da nova classe média como segmento agora possuidor de carteira de trabalho e direitos trabalhistas. “É natural ver a importância da nova classe média como sinônimo de consumo, de mercado em potencial. Mas o importante é o mercado de trabalho. É a ascensão à carteira de trabalho.”

De acordo com ele, os negócios de subsistência estão sendo trocados por empregos com carteiras assinadas e por negócios com maior poder de acumulação e crescimento. “Existe mais educação e, assim, maior formalização. A melhora na geração de empregos se dá com a redução da desigualdade entre empregadores e empregados.”

Com Agência Brasil.