PIB cresce 0,9% em 2012, com consumo em alta e investimento em queda

Indústria e agropecuária registram em queda no ano passado, enquanto setor de serviços tem alta. Massa salarial e crédito sobem. Consumo das famílias subiu pelo nono ano seguido – na comparação trimestral, foi a 37ª alta consecutiva

Shopping center de Teresina, Piauí. Cálculo do PIB indica aumento do consumo das famílias e aumento do setor de serviços (©Rubens Chaves/Folhapress)

São Paulo – A economia brasileira teve crescimento de 0,9% em 2012, informou hoje (1º) o IBGE. A agropecuária teve queda de 2,3% e a indústria caiu 0,8%, enquanto o setor de serviços subiu 1,7%. O consumo das famílias aumentou 3,2%, na nona alta seguida, com elevação de 6,7% da massa salarial. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador de investimentos, registrou queda de 4%, após subir 4,7% em 2010 e 21,3% em 2011.

O Produto Interno Bruto (PIB) totalizou no ano passado R$ 4,403 trilhões, com o consumo das famílias correspondendo a R$ 2,774 trilhões. Em 2011, o PIB cresceu 2,7%. O resultado também veio abaixo de 2010 (7,5%) e acima de 2009 (-0,3%). O resultado divulgado hoje mostra alguma aceleração, ainda tímida, nas comparações trimestrais.

Nos dez últimos anos (2003-2012), a economia teve crescimento anual médio em torno de 3,6%. Nos oito anos anteriores (1995-2002), a média foi de 2,3%.

Segundo o IBGE, o PIB per capita atingiu R$ 22.402, mantendo-se praticamente estável em relação ao ano anterior, com variação de 0,1%. Outro indicador importante, a taxa de investimento correspondeu a 18,1% do PIB, abaixo de 2011 (19,3%). A taxa de poupança foi de 14,8%, ante 17,2% no ano anterior.

Do ponto de vista da demanda, o consumo das famílias (alta de 3,1%) foi favorecido, diz o instituto, pelo crescimento real de 6,7% dos salários e também pela expansão de 14% das operações de crédito para pessoas físicas. Já o consumo do governo subiu 3,2%.

Na FBCF, o setor de construção civil cresceu 1,9%, enquanto o de máquinas e equipamentos caiu 9,1%. O volume correspondeu a R$ 798,7 bilhões.

As exportações cresceram 0,2% e as importações, 0,5%. “A desvalorização cambial ajuda a explicar o maior crescimento relativo das exportações: entre 2011 e 2012, a taxa de câmbio (medida pela média trimestral das taxas de câmbio R$/US$ de compra e venda) variou de 1,67 para 1,95”, diz o IBGE.

Em relação à indústria, a construção civil subiu 1,4% e a produção e distribuição de eletricidade, gás e água, 3,6%. O setor extrativo mineral recuou 1,1% e a indústria de transformação caiu 2,5%. O IBGE destacou quedas dos setores de máquinas e equipamentos, metalurgia, artigos de borracha e plástico, produtos químicos, artigos de vestuário e acessórios, material elétrico, caminhões e ônibus. Tiveram crescimento os setores de álcool, aparelhos médico-hospitalares, produtos de madeira, outros equipamentos de transporte, perfumaria e eletrodomésticos.

No quarto trimestre de 2012, em relação a igual período do ano anterior, o PIB cresceu 1,4%, na terceira elevação seguida nessa base de comparação (0,5% no segundo trimestre e 0,9% no terceiro). A indústria ficou estável (0,1%) e agropecuária caiu 7,5%. O setor de serviços aumentou 2,2%.

O consumo das famílias cresceu 3,9% no quarto trimestre, ante igual período de 2011. Foi a 37ª alta seguida. A massa salarial subiu 7,9% e as operações de crédito aumentaram 11,4%.

Do terceiro para o quarto trimestre, a variação foi de 0,6%, com alta de 1,1% nos serviços e de 0,4% na indústria. A agropecuária teve queda de 5,2%.

Nos dez últimos anos, a economia teve crescimento anual médio em torno de 3,6%. Nos oito anos anteriores, a média foi de 2,3%.