Mantega: ‘Crise internacional não bateu na porta do brasileiro’
Para ministro da Fazenda, crescimento de 0,9% do PIB em 2012 não reflete a trajetória positiva da economia brasileira
Publicado 01/03/2013 - 11h51
Ministro da Fazenda afirmou que 2012 ‘foi bom para a maioria da população brasileira’ (Foto: Elza Fiúza/ABr)
São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (1º) que o crescimento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 não reflete a trajetória positiva da economia brasileira e as condições de vida da população. Ele lembrou que 2012 foi um ano de crise em economias de outros países, principalmente na Europa e nos EUA, e que a turbulência internacional “não bateu na porta do brasileiro”.
O PIB brasileiro atingiu R$ 4,4 trilhões no ano passado. Os números apenas do último trimestre mostram avanço de 0,6% sobre trimestre anterior e 1,4% em relação ao mesmo período de 2011. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
Para Mantega, o ano passado foi bom para a maioria da população brasileira. O ministrou citou aumento do nível de emprego, o financiamento habitacional, o consumo das famílias e os aumentos reais de salário, acima da inflação, como exemplos de que a economia do país vai bem. Ele afirmou que as medidas de incentivo tomadas em 2012 e 2011 demoraram para fazer efeito e só agora estão trazendo reflexos positivos.
O ministro avaliou que a indústria brasileira foi afetada pela fraqueza de outros países e pela dificuldade de exportar. Ele disse acreditar que parte da crise europeia foi solucionada. “O cenário de 2013 é mais benigno”, calcula.
‘Muitíssimo maior’
O vice-presidente Michel Temer disse que todas as projeções do governo indicam para este ano crescimento do PIB “muitíssimo maior” do que o resultado de 2012 (de 0,9%). Para ele, parte do baixo desempenho da economia no ano passado é reflexo da crise econômica internacional. “Não devemos nos impressionar com o PIB pequeno do ano passado, quando houve quase uma convulsão econômica internacional”, disse o presidente, que participou hoje, no Senado, de um encontro do PMDB Jovem.
Para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o fraco crescimento de 2012 serve de “alerta para o Brasil”. Segundo ele, não há outro rumo a tomar que não o crescimento dos investimentos públicos e privados. Renan disse que a retomada dos investimentos passa, necessariamente, pela revisão de políticas microeconômicas para que se mantenha fortalecido o mercado interno. “Estamos vivendo uma circunstância de crise econômica mundial. Nossos compradores estão comprando menos, e a consequência é um crescimento menor.”
Na opinião do senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator-geral do Orçamento da União de 2013, o crescimento da economia brasileira será retomado com a desoneração fiscal e a redução dos gastos com custeio da máquina pública. Segundo Jucá, o governo federal “está lento” nas medidas que precisa implementar e “há necessidade de reprogramar essas ações”.
De acordo com o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o baixo crescimento em 2012 mostra que as políticas públicas “fracassaram”. Para ele, além de se preocupar com o baixo PIB, o governo tem de ficar alerta com a possibilidade de crescimento da inflação. O senador sugeriu que as medidas pontuais adotadas pelo governo sejam substituídas por ações concretas. Como exemplo, citou o engajamento em uma reforma tributária efetiva, o fim dos entraves burocráticos e investimento em infraestrutura.
Fiesp
Com informações da Agência Brasil